“Uma história de amor e fúria”, animação brasileira lançada em 2013, com roteiro e direção Luiz Bolognesi, dublado nas vozes de Camila Pitanga, Selton Mello e Rodrigo Santoro, traz a vida de um homem que vive há 600 anos e que presenciou diversos eventos da História do Brasil.
A trama se passa em quatro momentos, dos quais cada um mostra relações de conflito entre os envolvidos nos relatos do protagonista: Abeguar. Sua personagem está sempre envolvida no sentimento de amor de Janaína, sua companheira, e a fúria que envolve as lutas vividas por ele nesses seis séculos. Os eventos mostrados são: as relações do povo Tupinambá com os europeus no século XVI, a Balaiada no século XIX, a Ditadura Militar (1964-1985) e a guerra pela água (2096).
A divisão do filme tem um enorme potencial para o trabalho em sala de aula, podendo haver escolhas entre selecionar um desses recortes ou passar o filme na íntegra. Se for algo mais específico, um recorte pode ser mais apropriado, já que cada um traz um tema diferente: história dos índios, dos afro-brasileiros, da ditadura militar e ainda o potencial trabalho com perspectivas de futuro, que Rüsen explora na sua abordagem sobre didática da História, com a última parte.
Trazendo frases marcantes, a obra cinematográfica coloca ao telespectador afirmações e questionamentos que se encaixariam muito bem como proposta: “Viver sem conhecer o passado é andar no escuro”, para discutir a importância que o passado e a história têm a nos ensinar; “Meus heróis nunca viraram estátua, morreram lutando com quem virou”, para conversar sobre as versões que a História tem e elucidar que a História oficial faz escolhas, geralmente a do lado vencedor. São exemplos de citações que podem ser usadas para fazer reflexões em sala.
“Uma história de amor e fúria” ensina, diverte, desperta sentimentos e possibilita reflexões ao expectador, além de ser uma boa metodologia para o ensino de História em sala de aula.
* Anderson Rocha é graduando do curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Amapá.