Por unanimidade, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso recebeu na noite desta quinta-feira (14) a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra cinco militares acusados atuar num esquema de escutas clandestidas no Estado.
Os réus são ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, os coronéis Evandro Alexandre Lesco e Ronelson Barros, que foram chefe e adjunto da Casa Militar, o coronel Januário Batista e o cabo Gerson Correa Junior.
A existência de suposta central clandestina de grampos telefônicos em Mato Grosso veio à tona no 11 de maio, quando o governo do Estado anunciou a exoneração do ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques.
Sua saída foi anunciada como um acordo entre Paulo e seu primo, o governador Pedro Taques, para que o homem forte do Executivo deixasse o Palácio Paiaguás e cuidasse pessoalmente das investigações envolvendo a suposta “arapongagem”.
As interceptações ocorreram por meio de uma tática conhecida como “barriga de aluguel” – em que números de telefones de pessoas comuns são inseridos em pedidos judiciais de quebra de sigilo, sem qualquer relação com investigações.
Para o desembargador Orlando Perri, o coronel Zaqueu era quem liderava a organização. "Não há a menor sombra de dúvidas de que, em relação a eles recai a participação mais incisiva na criação e na operacionalização do simulado Núcleo de Inteligência da Polícia Militar forma, única e exclusivamente, para realizar escutas telefônicas clandestinas", escreveu Perri ao justificar a conversão de preventiva em prisão domiciliar de Evandro Lesco e Ronelson Barros.
Zaqueu e o cabo Gerson Correa, que seria o segundo elemento mais importante na organização, continuam presos.