Os níveis de capital de giro, medidos pelo Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) de mais de 250 companhias de capital aberto, melhoraram e passaram para 88 dias em 2024, ante 93 dias em 2020, segundo estudo da KPMG. O número reflete a média de tempo em que as empresas conseguem transformar investimentos em estoques e vendas de volta em dinheiro no caixa.
O levantamento mostra que a principal contribuição para essa melhora veio da redução no prazo médio de recebimento, que caiu de 69 dias em 2020 para 62 dias em 2024.
Já o prazo médio de estocagem das companhias chegou a 78 dias em 2023, mas recuou para 74 dias em 2024 – números ainda acima dos níveis de 2021 (70 dias). O prazo médio de pagamento a fornecedores manteve-se estável em 49 dias.
“A redução do CCC no Brasil representa um avanço positivo. Em um ambiente caracterizado por juros elevados, alto custo de capital e índices crescentes de inadimplência, essa redução torna-se ainda mais relevante”, afirma o sócio do time de reestruturação da KPMG no Brasil, Francisco Clemente.
Segundo ele, ao encurtar o CC, as empresas conseguem preservar o fluxo de caixa, otimizar a alocação de recursos disponíveis e reduzir a necessidade de capital de giro.
Em relação ao porte das empresas, as com menor receita (até R$ 200 milhões) tiveram o maior CCC em 2024, com 160 dias, embora em queda frente aos 192 dias de 2023. Já as empresas de médio porte registraram aumento, passando de 126 para 142 dias, enquanto as de grande porte (acima de R$ 1 bilhão) tiveram uma redução de 78 para 76 dias.



