aquele pseudo-socialista que vota no PSDB e acha que ajuda o povo. Vota no PMDB e acha que é mudança. Sou evangélico luterano, religião fundada por Martin Lutero lá pelos anos de 1.500. A desculpa foi ser contra a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio das indulgências. Mas na real, era pra atender os ensejos de uma certa classe que estava em ascensão na Europa: a tal da burguesia. Estudei somente em escolas alemãs evangélicas luteranas, escola de filhos de empresários e diretores de grandes empresas. Meu pai era diretor de uma multinacional, a maior empresa do ramo de tanino do mundo, empresa que apoiava o governo de Jair Soares, do PDS, partido que havia financiado a ditadura.
Mas não. Ter acesso a uma boa educação, ter acesso a diferentes ideologias, ter acesso a mestres que ensinam a questionar, ensinam a pensar, ensinam a você escolher seus caminhos, sempre tive a convicção de que somente com um povo forte, teremos uma nação forte. Somente com um povo que tenha alto nível de educação apararemos as distâncias amazônicas de nossa disparidade social. Só com a transformação terciária organizada viraremos uma potência em todos os sentidos.
Só que dar murro em pontas de faca machuca. É duro lutar pelo povo se o próprio povo, não se deixa lutar por ele. Eles venceram. O curral agora é intelectual. Mais uma vez, a base de toda a corrupção PMDB tem a maioria das prefeituras do País. Mais uma vez, o representante de uma burguesia coronelista feudalista autoritária, o PSDB, cresce e vira esperança da nação. Como um cachorro que corre atrás do rabo, o ser humano teima em não evoluir. Daqui 20 anos, estaremos cantando músicas de libertação, poemas de incentivo à queda do capitalismo desenfreado, voltaremos a pensar em mais cultura, ciência e, por consequência, liberdade. Um teatro muito bem ensaiado, cujo ator principal morre no final. Que pena povo. Que pena.