"Por enquanto ninguém sabe exatamente o que vai acontecer, porque será a primeira vez que a Terra atravessará esta nuvem de material procedente deste cometa", explica Bill Cooke, diretor do escritório da agência espacial americana (Nasa), encarregado de estudar os meteoros.
"Na verdade é a gravidade de Júpiter que atraiu esta massa de dejetos na órbita da Terra e, portanto, será a primeira vez que a humanidade poderá ver fragmentos deste cometa se queimarem na atmosfera", acrescentou.Mas, o astrônomo esclarece, "não sabemos se será um grande espetáculo porque atualmente não se desprendem muitos dejetos do cometa e não temos como saber o que produzia há duzentos ou trezentos anos".
200 meteoros por hora
"Se o cometa deixa muitos fragmentos, teremos um lindo espetáculo, com 200 meteoros por hora. Se, ao contrário, houver pouco material, não acontecerá praticamente nada", disse o cientista, detalhando que o melhor momento de observação será no sábado, 24 de maio, entre (3h e 5h de Brasília), ou seja, entre as 2h e 4h na costa leste americana.
Na melhor das hipóteses, esta chuva de estrelas cadentes pode ser tão espetacular quanto a que ocorre a cada ano no começo de agosto, durante a passagem das Perseidas, na qual é possível ver mais de uma centena de meteoros por hora. As Perseidas são causadas pela passagem do cometa Swift-Tuttle perto do sol.
O enxame de meteoros na madrugada de sexta para sábado acompanhará o sentido de rotação da Terra, fazendo com que sua velocidade de entrada na atmosfera seja menor do que a maioria das chuvas anuais de estrelas cadentes, esclarecem os astrônomos.Esta chuva de estrelas cadentes tem o nome de 'Camelopardalidas', do nome em latim da constelação da girafa, 'Camelopardalis', situada perto do polo celeste norte, entre Cassiopeia e Ursa Maior.
O cometa 209P/LINEAR é pouco brilhante e pequeno, com diâmetro próximo dos 600 metros, enquanto muitos destes corpos celestes medem dezenas de quilômetros de diâmetro. Em 29 de maio, o cometa estará no ponto mais próximo da Terra, a 8,3 milhões de quilômetros.
G1