O governo chileno decretou nesta quarta-feira (25) "estado de exceção constitucional por catástrofe" na região do Atacama, norte do Chile, ante um forte temporal.
As chuvas, pouco habituais no árido norte chileno, aumentaram os fluxos de vários rios, inundando as principais ruas da cidade de Copiapó, 800 km ao norte de Santiago, e de outras cidades do interior. A cidade turística de San Pedro de Atacama fica a mais de 800 km de Copiapó.
A medida anunciada nesta quarta implica que "as Forças Armadas tomem o controle da região", disse o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, ao anunciar o decreto oficial.
Peñailillo pediu para que "todas as pessoas que estão em lugares de risco na região do Atacama" saiam de suas casas. O forte temporal começou na tarde de terça-feira e houve corte de abastecimento elétrico e de comunicação. Cerca de 38.500 pessoas ficaram sem energia elétrica e aproximadamente 48.500 sem água potável.
Mais cedo, as autoridades haviam decretado alerta sanitário em algumas regiões de Copiapó. Nos aeroportos de Calama e Antofagasta, com alto tráfego por conta da atividade mineração, foram registrados atrasos em voos. A companhia aérea LAN justificou os atrasos "devido ao corte de fibra ótica que está afetando as comunicações nas regiões do norte do Chile".
O temporal também provocou a suspensão das aulas em toda a região do Atacama, da qual Copiacó é capital. A maior preocupação das autoridades é a de que as chuvas continuem caindo com força nas próximas horas em toda a região.
A presidente Michelle Bachelet expressou sua "solidariedade com todos os afetados" e garantiu que serão enviados à região os recursos necessários para assegurar a normalidade dos serviços.
A situação de emergência no norte, que abriga o deserto do Atacama, o mais árido do mundo, se contrapõem à situação de seca e incêndios florestais que arrasam milhares de hectares de floresta nativa no sul do país.
Fonte: G1