O governo da China disse nesta terça-feira (29) que a crise na península coreana chegou a um "ponto de inflexão" após o disparo de um míssil pela Coreia do Norte sobre o território do Japão.
Em declaração, a China pediu moderação a todas as partes envolvidas no conflito e reiterou seu pedido por negociações de paz na região.
Segundo os chineses, as pressões e sanções contra Pyongyang "não podem resolver o problema".
NOVO TESTE
De acordo com militares da Coreia do Sul, o projétil percorreu cerca de 2.700 km e alcançou uma altitude de 550 km, atravessando a ilha de Hokkaido. O artefato se desfez em três pedaços antes de cair no mar.
O sistema de alerta J-Alert, do governo japonês, aconselhou os moradores locais a tomarem precauções, mas a emissora pública NHK informou que não foram registrados danos a navios ou a qualquer outra estrutura.
Os militares japoneses não tentaram derrubar o míssil, que passou pelo território do país por volta de 6h06 locais (18h06 de segunda no horário de Brasília).
REAÇÕES
O premiê japonês, Shinzo Abe, classificou o episódio de "uma ameaça grave sem precedentes". Ele cobrou das Nações Unidas que amplie os mecanismos de pressão sobre o ditador Kim Jong-un para que Pyongyang suspenda seu programa militar.
Abe e o governo americano solicitaram a convocação de uma reunião do Conselho de Segurança, que deve acontecer na noite desta terça (29). Horas após o lançamento, a Coreia do Sul fez um exercício militar com mísseis em retaliação ao país vizinho.
O regime norte-coreano não comentou especificamente sobre o lançamento de mísseis, mas publicou uma mensagem desafiando os EUA no "Rodong Sinmun", seu jornal estatal.
"Os EUA precisam saber que nenhuma intimidação à República Democrática Popular da Coreia com sanções econômicas, ameaças militares e chantagens fará que a República Democrática Popular da Coreia retroceda do rumo que escolheu para si."