O democrata Jayme Campos diz que o governo estadual precisa reavaliar seu grupo político da base. Campos afirma que a reavaliação é necessária para reorganização do grupo de Pedro Taques se preparar para as eleições de 2018.
“Chegou a hora do governo reavaliar seu grupo político. A delação do Silval [Barbosa, ex-governador de Mato Grosso], e me parece que têm outras delações por vir, coloca a necessidade de ver como está seu grupo da base, até mesmo para as eleições de 2018.”
A delação de Silval Barbosa (PMDB) à Procuradoria Geral da República (PGR) atingiu em cheio a base política do governador Pedro Taques com denúncias de pagamento de propinas a deputados durante sua gestão, entre 2010 e 2014.
A situação se complicou com a deflagração da Operação Malebolge, pela Polícia Federal, na quinta-feira (14), na qual sete deputados foram alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos em gabinetes e residências.
“À medida que as coisas vão se estendendo, vão incluindo outras pessoas e não sei onde vai parar. Chegou o momento de fazer até um balanço do grupo político de partidos que estão na base do governador, para fazer novos encaminhamentos.”
Campos afirma que ser “um processo natural” as mudanças administrativas e políticas, para acompanhar os “acontecimentos do momento”. “Isso é normal dentro do processo eleitoral, fazer essas avaliações administrativas, políticas, é saudável, na medida em que se tem que acompanhar ‘pari passu’ o que está acontecendo, sobretudo num momento como este.”
Desde o início do mandato, Taques a grande maioria dos 24 deputados na base de apoio ao seu governo. Em recente reunião com jornalista, o governador afirmou que tem relação “republicana” com os parlamentares.
“Eu nunca fui procurado por nenhum deputado com pedido de dinheiro até porque eu não tenho. O único jeito de desviar dinheiro público é por meio de empreiteiras, e como não temos esse tipo de negociação não há por que ter esse tipo de relação [com os deputados]”, disse ele.
A base coesa possibilitou a Taques a travessia da pior crise do governo, em 2016, de aprovação da RGA (Revisão Geral Anual), um cálculo de correção salarial dos servidores da perda inflacionária. O governador diz que o apoio é recíproco. “Nós aprovamos até agora 96% dos projetos dos deputados”.