Procedimento padrão. Assim a Chapecoense encarou o primeiro voo da equipe principal desde a tragédia de 29 de novembro, em Medellín. Sorridente antes do embarque e sonolento após a decolagem, o grupo comandado por Vagner Mancini pegou avião de carreira de Chapecó até Florianópolis, de onde seguiu de ônibus os 150km até Tubarão. Quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), a Chape visita a equipe local pela segunda rodada do Catarinense.
O trajeto durou cerca de 45 minutos e foi encarado com extrema naturalidade pelos jogadores. Ainda no aeroporto de Chapecó, o grupo mostrou entrosamento com muitas brincadeiras entre si. O assédio também foi grande e o tempo de espera até o horário de voo foi dividido entre a tradicional resenha e fotos com torcedores. Quando o avião decolou, a empolgação deu lugar ao cansaço.
Com o treinamento logo pela manhã, a maioria dos jogadores pegou no sono minutos depois do avião deixar o solo chapecoense. O voo aconteceu sem qualquer tipo de intercorrência ou menção a presença do elenco na aeronave pela equipe de cabine. A maior reação foram palavras de boa sorte durante o desembarque.
– Passou. Foi uma tragédia, já passou. Tem de seguir. Todo mundo viajou para chegar até aqui. Estamos acostumados com essa vida. Tudo tranquilo. Tenho certeza que vamos fazer um grande jogo – disse Douglas Grolli.
Na madrugada do dia 29 de novembro do ano passado, o avião que levava a delegação da Chape para a decisão da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu quando se aproximava do aeroporto de Medellín por falta de combustível. Apesar disso, Rui Costa, diretor de futebol, destaca que viajar faz parte da rotina da equipe.
– É mais uma viagem para nós. Faz parte da nossa rotina viajar de avião. A melhor maneira de enfrentarmos é assim – falou.
Túlio de Melo, que já havia defendido a Chapecoense antes do acidente, sequer havia relacionado a viagem à queda do avião que levava o elenco a Medellín.
– Você acabou de me despertar para isso agora. Tranquilo, sem nenhum estresse. Sabemos que o que aconteceu foi uma situação bem peculiar, bem diferente. As companhias aéreas brasileiras são das melhores do mundo – completou.
No desastre, 71 pessoas morreram. Houve seis sobreviventes, sendo três jogadores da equipe: o goleiro Jackson Follmann, o lateral alan Ruschel e o zagueiro Neto. Sobreviveram, ainda, o jornalista Rafael Henzel e dois integrantes da tripulação: Ximena Suárez e Erwin Tumiri, ambos bolivianos.
Fonte : G1