Caso confirmada a pretensão do regime, trata-se de um avanço na retórica do governo sírio, que preferiu usar a força para tentar acabar com a revolta. Desde o início do conflito, o ditador Bashar Assad considerou que os insurgentes eram terroristas que pretendiam desestabilizar o país.
Antes de encontro com o chanceler russo, Sergei Lavrov, Moualem disse que o país pretende dialogar com qualquer um, inclusive os que têm "armas nas mãos". "Pretendemos dialogar porque acreditamos que as reformas não virão por meio de massacres, mas apenas com o diálogo".
A entrevista foi publicada pela agência russa Itar-Tass, que não mostrou nenhum comentário de como o ministro pretende fazer isso e em que condições começaria este diálogo. Apesar da pretensa disposição a negociar, o chanceler sírio acusou terroristas internacionais de atacar o governo.
"O que está acontecendo na Síria é uma guerra contra o terrorismo. Nós vamos aderir fortemente a um caminho pacífico e continuar lutando contra o terrorismo".
Mesmo com as declarações de negociação, a Coalizão Nacional Síria, principal força da oposição, exige a saída de Assad e diz que o ditador não pode fazer parte dos diálogos para retomar a paz no país.
Desde o início dos conflitos, em março de 2011, mais de 70 mil pessoas morreram por causa dos confrontos na Síria, segundo a ONU.
ONU
Nesta segunda, a alta comissária da ONU de Direitos Humanos, Navi Pillay, lamentou que o conflito na Síria não tenha sido levado ao Tribunal Penal Internacional, apesar das informações sobre crimes de guerra e outras violações de direitos humanos.
Em discurso em Genebra, Pillay atribuiu o fracasso no julgamento a Rússia e China, que vetaram sanções contra o regime de Bashar Assad e se negaram a considerar a possibilidade de julgamento dos responsáveis.
As declarações acontecem uma semana depois de a Comissão de Direitos Humanos da ONU ter apresentado um novo relatório sobre a situação na Síria em que diz ter uma lista de altos funcionários do governo e líderes rebeldes que deveriam ser acusados de crimes contra a humanidade.
Na ocasião, o grupo pediu que esses nomes fossem enviados ao Tribunal Penal Internacional, que julga as violações de direitos humanos em conflitos de todo o mundo.
Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS