A Justiça condenou a 68 anos de prisão dois autores de uma chacina que resultou na morte de quatro pessoas, entre elas três membros da mesma família, em um garimpo ilegal no município de Aripuanã (a 976 km de Cuiabá). O julgamento ocorreu nesta terça-feira (14.10), em sessão do Tribunal do Júri. O crime, registrado em 2020, foi motivado por uma disputa de território dentro da área de extração ilegal de ouro.
Os condenados, Jacó Nascimento de Melo e Jânio Domingos de Brito, foram responsabilizados por quatro homicídios triplamente qualificados — cometidos mediante recompensa, meio cruel e emboscada. De acordo com a sentença, as provas apresentadas durante a investigação e o julgamento confirmaram o envolvimento direto de ambos na execução das vítimas.
Entre os mortos estão Leôncio José Gomes, conhecido como “Malhado”, sua esposa Elziene Tavares Viana, a “Babalu”, o filho do casal, Luiz Felipe Viana Antônio da Silva, e um amigo da família, Jonas dos Santos. O grupo seguia em uma caminhonete em direção ao garimpo quando foi abordado por quatro homens armados. As vítimas foram rendidas e levadas para uma área de mata na estrada de Juína, onde foram executadas a tiros. Uma quinta pessoa, uma mulher grávida, foi poupada da morte.
As investigações conduzidas pela Delegacia de Aripuanã apontaram que o crime foi planejado como parte de uma disputa por território dentro do garimpo ilegal. Quatro pessoas foram identificadas como participantes da chacina, sendo que os dois líderes do grupo foram mortos durante o curso das investigações. Os demais — Jacó e Jânio — foram presos em novembro de 2023, em operações simultâneas realizadas em São Paulo (SP) e Goiânia (GO), pela equipe da Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol), com apoio das regionais de Juína e Cuiabá.
Durante as prisões, os policiais também apreenderam armas e munições em posse de um dos envolvidos. Com a condenação, o caso é considerado um dos julgamentos mais significativos relacionados à violência em áreas de garimpo no norte de Mato Grosso, reforçando a atuação integrada entre as forças de segurança e o Poder Judiciário no combate aos crimes ligados à mineração ilegal e disputas de território.