A Cetesb divulgou um relatório sobre o monitoramento feito em cinco estações automáticas de qualidade do ar localizadas em Santos e Cubatão (SP). Segundo os dados, as estações não registraram aumento significativo na concentração dos poluentes avaliados até o momento, em razão do incêndio na área industrial de Santos.
A Cetesb avaliou o material particulado suspenso no ar, como dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e ozônio. As estações estão localizadas em um raio de 6 a 10 km do local do incêndio, que acontece no terminal de da empresa Ultracargo/Tequimar, no bairro da Alemoa.
Os dados mostram que a qualidade do ar nas estações de Santos variou entre a condição boa e moderada entre quinta-feira (2), início do incêndio, e domingo (5). Nas estações de Cubatão verificou-se que a área central da cidade permaneceu com qualidade boa e moderada, enquanto a área industrial oscilou entre a condição boa e muito ruim devido a má condição da qualidade do ar na estação da Vila Parisi, que já era verificada antes do incêndio.
Ainda segundo a Cetesb, os riscos de exposição à poluição estão se mostrando menores, já que a pluma da fumaça está se elevando em razão do calor das chamas, dispersando os poluentes. A Cetesb está estudando a possibilidade de deslocar a estação de monitoramento do bairro da Ponta da Praia para um local ainda mais próximo da área do incêndio.
O incêndio na empresa Ultracargo começou por volta das 10h de quinta-feira (2). Seis tanques de combustível foram atingidos. No início do incêndio, a temperatura chegou a 800°C mas, segundo os bombeiros, já foi reduzida para cerca de 600°C. As causas do incêndio ainda são desconhecidas.
O combate ao incêndio chegou ao sexto dia e segue na manhã desta terça-feira (7). Ao todo, equipes do Corpo de Bombeiros trabalham há mais de 120 horas na tentativa de apagar as chamas na região. Durante a madrugada, um dos tanques voltou a pegar fogo e, por volta das 7h30, dois, cheios de gasolina, continuavam pegando fogo.
Até agora, cerca de seis bilhões de litros de água do mar foram usados para combater as chamas. Como parte da água é poluída e devolvida para o mar, estudos já apontaram que o incêndio é responsável por uma alta taxa de mortalidade de peixes na região afetada. De acordo com o Corpo de Bombeiros, ainda não há previsão para o término dos trabalhos.
Segundo o Corpo de Bombeiros estão sendo jogados 75 mil litros d'água por minuto para combater as chamas. Cerca de 14 quilômetros de mangueiras conectadas retiram a água do mar que é despejada no local. Atualmente, 118 homens do Corpo de Bombeiros, mais 80 trabalhadores do plano de auxílio, tentam conter o fogo. De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, a apreensão entre a corporação aumentou por causa dos ventos.
O trabalho dos bombeiros ganhou o reforço de pessoal e equipamentos da Infraero e da Força Aérea Brasileira (FAB), destinados pela presidente Dilma Rousseff para ajudar no combate às chamas. O cold fire (fogo frio) foi importado pela Ultracargo, empresa proprietária do complexo, e o pó químico foi cedido pela Infraero. Ambos chegaram ao local na madrugada desta terça-feira em um caminhão e devem auxiliar o Governo de São Paulo e a Prefeitura de Santos no controle da situação dos tanques afetados pelo fogo.
De acordo com o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, os prejuízos ambientais causados pelo incêndio, até agora, estão sendo analisados pela Cetesb.
Tráfego de caminhões
A Prefeitura de Santos reforçou, na manhã desta segunda-feira, que todos os caminhões estão proibidos de entrar na cidade. A entrada principal do Porto de Santos, no acesso ao viaduto da Alemoa, está fechada e os caminhões permanecem retidos na interligação entre a Anchieta e a Imigrantes. Caminhões com destino ao Guarujá e às vias Padre Manoel da Nóbrega ou Cônego Domênico Rangoni podem seguir viagem normalmente.
Após uma reunião na Prefeitura de Santos, o vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França (PSB), disse acreditar que as interdições no Porto de Santos devem continuar três ou quatro dias ou enquanto o incêndio persistir. Segundo o prefeito de Santos, a restrição de caminhões será mantida para garantir o direito à mobilidade do cidadão santista. De acordo com o secretário de segurança do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, o policiamento nas estradas será reforçado para evitar que os caminhoneiros que formam filas sejam assaltados.
Fonte: Terra