O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse hoje à GloboNews que a crise dos Correios não é uma questão fiscal, mas uma questão estrutural a longo prazo, a despeito de seu impacto no resultado primário do governo. “Isso aqui não tem nada a ver com política fiscal ou não, seja com empréstimo, seja com aporte, vai dar resultado primário para o governo. O relatório bimestral de Receitas e Despesas mostrou exatamente isso, teremos um impacto de quase R$ 3 bilhões por conta disso”, pontuou o secretário, que frisou ser fundamental a empresa ter independência financeira.
Ceron ressaltou ainda que um eventual aval para atuação do Tesouro na crise dos Correios virá depois de análise extremamente técnica e com olhar rigoroso para todo o processo de reestruturação da empresa. “O primeiro passo é que eles tenham, de fato, um plano de reestruturação consistente. Isso é a premissa de qualquer diálogo sobre esse assunto”, afirmou.
Após a conclusão do plano de reestruturação, o secretário do Tesouro mencionou que o segundo passo para a estatal será discutir a operação de crédito ou aporte, que poderá ser realizado pela União ou por um banco privado, para garantir a sustentabilidade da empresa à frente.
Ceron afirmou que a ideia não é manter uma “mesada” para os Correios, mas garantir que a estatal, depois do aporte ou operação de crédito, conseguirá ser eficiente nas receitas, ser mais competitiva e se manter com as próprias pernas no futuro.



