A Secretaria de Saúde (SMS) de Cuiabá confirmou o registro de 40 casos da Síndrome da Mão, Pé e Boca (SMPB), notificados nos últimos 12 meses. Dezoito novos casos foram registrados apenas de 1º de janeiro a 6 de abril deste ano. Um alerta sobre a doença foi divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).
De acordo com Moema Blatt, gestora do CIEVS, a Síndrome da Mão, Pé e Boca é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie, que habita normalmente no sistema digestivo. O nome vem das lesões nas mãos, pés e boca, garganta e faringe que a síndrome acarreta.
Conforme a SMS, nos últimos anos foram registrados surtos da síndrome em vários países, como Japão, Malásia, Cingapura, China, entre outros. Neste ano, no Brasil, já foram registrados surtos na Bahia, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, especialmente em menores de 5 anos de idade.
Moema explica que a transmissão se dá através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, alimentos e objetos contaminados. “Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas podem ser confundidos com os do resfriado comum e também da catapora”, revela.
Segundo a gerente de Vigilância em Doenças e Agravos Transmissíveis, Flávia Guimarães, são sinais característicos da síndrome a febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões, o aparecimento de manchas vermelhas na boca, amídalas e faringe, que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas, pequenas bolhas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, sendo que também podem surgir nas nádegas e região genital.
Além disso, há mal-estar, falta de apetite, vômitos, diarreia, dificuldade para engolir e muita salivação. É comum que a febre e a dor de garganta sejam os sintomas predominantes.
“O tratamento da doença consiste em aliviar os sintomas, manter a hidratação, isolamento social e seguir orientação médica. Ainda não existem vacina nem tratamento específicos contra a SMPB”, diz Flávia.