Em que pese os R$ 8 milhões já investidos e a promessa de uma unidade modelo no sistema de ressocialização de adolescentes em conflito com a lei, a obra iniciada em 2010 está paralisada há mais de dois anos, virou alvo de depredação e hoje serve de moradia para usuários de drogas e criminosos, conforme o Circuito Mato Grosso noticiou na edição 452.
Em meio a esse cenário de abandono, o secretário de Estado de Justiça, Luiz Antônio Possas de Carvalho, levanta o discurso de que iniciar um novo empreendimento sairá mais barato do que recuperar e dar continuidade àquilo que já foi feito. À reportagem do Circuito, ele explicou que análises de laudos técnicos realizados pela Sejudh comprovam tal tese: “Análises preliminares deste estudo mostram que sai muito mais caro recuperar o que está aí do que recomeçar do zero”.
Segundo o secretário, estimativas apontam para um gasto de R$ 6 milhões para recuperar a estrutura existente, além de mais R$ 5 milhões para conclusão total da obra, enquanto que uma nova construção sairia por R$ 3,5 milhões. “Iríamos gastar esses valores, ainda correndo o risco de ter algum problema de fundação; seria uma besteira dar continuidade àquele projeto”, alega Carvalho.
O titular da Sejudh ainda fez críticas em relação ao terreno onde o Centro foi construído, que segundo ele não é propício para o empreendimento. “Enfim, já discutimos na Secretaria Nacional de Direitos Humanos uma mudança para esse projeto, não tem muito que ser feito ali. Infelizmente é um prejuízo ao erário público e à população”, admitiu.
Carvalho explicou ainda que o convênio inicial da obra se extingue em 45 dias e antes desse prazo deve haver uma resposta por parte do governo federal sobre a possibilidade de iniciar uma nova construção. “Espero uma definição em no máximo 15 dias, para saber o que vai ser feito. Mas que algo será feito vai, não vamos deixar a população sem esta unidade”, garantiu.
Questionado sobre os motivos que levaram ao abandono da obra, Carvalho limitou-se a dizer que já determinou que a empresa responsável seja acionada pelos prejuízos. “Existe um grupo de trabalho fazendo toda essa investigação, a parte da depredação também está sendo investigada por meio de um inquérito policial”, disse. Sobre um novo processo licitatório para uma segunda construção, ele alegou: “Quero deixar iniciado, licitado e começando, aí o próximo governo irá concluir”.