Foto: Andréa Lobo
Com Felipe Leonel
Trabalhadores de diversas categorias participam de ato unificado na Praça Ipiranga, em Cuiabá, na tarde desta sexta-feira (28). A manifestação faz parte de uma série de atos que marcaram o dia de greve geral na Capital e em outros municípios do Estado.
A estimativa dos organizadores do ato, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), é de que 20 mil pessoas tenham participado da mobilização. De acordo com o tenente coronel Fábio Bastos, do 1º Batalhão da PM, 8 mil manifestantes participaram do ato.
Servidores públicos, professores da rede privada de ensino, motoristas do transporte público, estudantes e sindicalistas são algumas das categorias que aderiram a paralisação nacional contra as reformas Trabalhistas e da Previdência, a terceirização e outros projetos em tramitação no Congresso Nacional, propostos pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB).
A concentração dos manifestantes na Praça Ipiranga teve início na manhã desta sexta-feira. Após a concentração na praça, os manifestantes realizam passeata pelas principais vias do Centro da Capital.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) montou operação espacial para acompanhar a manifestação. De acordo com o major Lupercio Cabral, da Polícia Militar, 120 policiais militares foram deslocados para a região. Além disso, a ação conta com 20 viaturas e 12 motocicletas.
A Cavalaria também está na região e está pronta para ser acionada, caso haja alguma exaltação.
A Greve Geral na Região Metropolitana na Capital teve início ainda na madrugada, quando ônibus do transporte coletivo e caminhões da coleta de lixo foram retirados das ruas. Até então, os serviços foram suspensos.
Professores da rede pública e privada, policiais civis, agentes penitenciários, bancários, servidores públicos de diversas áreas também aderiram a paralisação.
Atualizada às 16h26
Os manifestantes começam a deixar a Praça Ipiranga e seguem pela Avenida Tenente Coronel Duarte (Prainha), rumo a Avenida Getúlio Vargas.
Além dos policiais militares, 50 agentes de trânsito (Amarelinhos) da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) organizam o fluxo de veículos na região. Durante a caminhada, os manifestantes gritam palavras de ordem, pedindo, principalmente, a saída de Temer da presidência.
Veja vídeo da manifestação:
Atualizada às 16h32
A representante da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Diane Dias, afirmou que a intenção é conscientizar a população quanto a retirada dos direitos trabalhistas, por meio das propostas feitas pelo Governo Federal.
“Nós convocamos todas as organizações para que estivessem juntas para vencer as mazelas impostas pelo Congresso e Governo. Todos os trabalhadores estão fazendo esse movimento nacional, por meio das Centrais Sindicais, para buscar a conscientização quanto as maléficas imposições das reformas trabalhista e previdenciária”, afirmou.
De acordo com a manifestante, as mulheres serão as principais prejudicadas com a reforma da Previdência, por conta do aumento no tempo de contribuição. “Além da jornada tripla, a mulher irá ganhar mais dez anos de trabalho”.
Diane ainda ressaltou que as manifestações não param por hoje. “Não vai ficar apenas nesse ato. Vamos programar outros junto aos bairros e Câmaras Municipais, para buscar conscientizar a população. Caso não resolva, nós vamos a Brasília para continuar mostrando nosso descontentamento”.
Atualizada às 16h41
Para o representante do Fórum Sindical, Oscarlino Alves – presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde e Meio Ambiente (Sisma) -, o protesto serve como uma forma de pressionar o Governo para que retirem das votações no Congresso Nacional as pautas que envolvem as reformas trabalhistas.
“Nosso objetivo é sensibilizar a classe trabalhadora e demonstrar nossa indignação e insatisfação com o Congresso Nacional – enlameado de processos por corrupção, caixa dois, desvios de recursos públicos – a votarem nesses pacotes de atrocidades, como a Lei da Terceirização, a reforma da Previdência e a reforma trabalhista – reforma sorrateira, irresponsável, lamentável”, pontuou o sindicalista.
Oscarlino frisou que a luta continua em defesa os direitos dos trabalhadores. “Vamos continuar reagindo e tentando buscar ainda mais a sensibilidade pra retirar esses projetos de atrocidades da pauta de votação”, declarou Oscarlino.
Atualizada às 16h51
Entre os manifestantes, alguns seguravam cartazes com o rosto e nome dos deputados de Mato Grosso que votaram a favor da reforma trabalhista. São eles: Fábio Garcia (PSB), Nilson Leitão (PSDB), Valtenir Pereira (PMDB), Carlos Bezerra (PMDB), Victório Galli (PSC) e Ezequiel Fonseca (PP).
Atualizada às 17h02
Além de o Governo federal, os manifestantes também protestaram contra as medidas do governador Pedro Taques (PSDB) e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O presidente da Associação dos Servidores Efetivos da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Delegados (Asager), James Rachid Jaudy, citou reportagem divulgada na edição mais recente do Jornal Circuito Mato Grosso, em que detalha gastos milionários do Legislativo na compra de café, chás e talheres.
Ele cobrou mais transparência com os gastos públicos no Estado. “Há muito tempo o Fórum Sindical está solicitando a abertura das contas para que os servidores saibam em que o dinheiro público está sendo investido”.
“Por que ninguém sabe disso [gastos]? Só ficamos sabendo depois que a imprensa divulga. É um absurdo gastar R$ 545 mil com café. Queremos que o Governo Estadual seja mais claro. Nos chame para dialogar. Tudo vem de cima para baixo. Goela abaixo”, declarou.
O sindicalista ainda ressaltou a importância dos servidores públicos. “Ninguém conhece o Estado de Mato Grosso, do que os servidores. Se o Governo que gerir o Estado, ele precisa que o servidor estadual o ajude. Não é isso que está acontecendo”.
Durante o percurso da passeata, os manifestantes também gritaram: “Fora Taques!”.
Veja vídeo de mais um momento da manifestação:
Veja fotos do ato realizados pelos trabalhadores manifestantes em Cuiabá:



