Centenas de butaneses que viajariam para os Estados Unidos dentro de um programa de realocação de refugiados ficaram em um limbo no Nepal após a decisão do governo de Trump de suspender a chegada dessas pessoas.
"Como o presidente dos EUA suspendeu o programa de admissão de refugiados, não haverá nenhuma saída a partir do dia 3 de fevereiro até nova ordem", informou Deepesh Das Shrestha, um funcionário do Alto Comissariado para os Refugiados (Acnur), ao confirmar os termos da instrução determinada pelos EUA.
A Organização Internacional de Migrações (OIM), que estava coordenando a realocação dos refugiados butaneses, anunciou a suspensão aos moradores do acampamento do distrito de Jhapa, a cerca de 700 quilômetros de Katmandu, disse uma fonte do órgão.
Consultada pela Efe, a embaixada dos EUA no Nepal não quis comentar a instrução, que afeta centenas de pessoas.
O ativista Bhumpa Rei, defensor dos direitos dos refugiados butaneses, disse que cerca de mil pessoas esperam a viagem para os EUA, alguns deles com complicações médicas. No total, há 11.185 refugiados do país em acampamentos do Nepal.
Cerca de 105 mil butaneses, a maior parte deles da etnia lhotshampa, fugiram na década de 1990 para o Nepal para fugir do governo do Butão. Em 1992, a Acnur assumiu a responsabilidade sobre a comunidade diante da negativa das autoridades butanesas de aceitarem sua readmissão. Em 2008, em colaboração com a OIM, a ONU iniciou um programa de realocação em oito países diferentes.
Já foram realocados 107 mil butaneses, fundamentalmente no Canadá e EUA. Mas eles também foram levados para Nova Zelândia, Austrália, Dinamarca, Noruega, Reino Unido e Holanda.
Trump ordenou na última sexta-feira a suspensão da entrada de todos os refugiados no país por 120 dias.
Fonte: G1