O cenário de crise econômica derruba consumo em Cuiabá, aponta levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa que monitora a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) atingiu 104,2 pontos em maio – 2,8% menor que a verificada no mês anterior e também inferior em relação ao registrado no mesmo período de 2024. A última vez em que o índice atingiu pontuação tão baixa foi em outubro de 2023 – quando registrou 102,5 pontos.
O maior recuo apurado no levantamento atual foi entre as famílias que recebem até 10 salários mínimos (s.m.), com queda de 3,2% na variação mensal, contra apenas 0,9% entre aquelas com renda superior a 10 salários. Para José Wenceslau de Souza Júnior, presidente da Fecomércio-MT, o recuo na pesquisa demonstra uma preocupação geral da população cuiabana com a economia brasileira.
“A queda persistente do índice demonstra uma incerteza econômica incessante por parte dos consumidores, visto que, mesmo com a melhora na renda de uma parcela, ainda existe cautela em relação aos gastos — o que é comprovado pela redução nas compras a prazo, de bens duráveis e pelas perspectivas acerca da vida profissional”, explicou Wenceslau Júnior.
Todos os componentes do estudo, realizado pela CNC, apresentaram queda no mês, com destaque para Compra a Prazo, que caiu 7% no período, e Perspectiva Profissional, que recuou 6,6%. Momento para Duráveis e Emprego Atual também apresentaram queda, de 3% e 2,1%, respectivamente.
Com relação à renda atual das famílias na capital mato-grossense, a pesquisa mostrou que 55% dos respondentes disseram que a situação está melhor em comparação ao ano passado; apenas 19,8% afirmaram que piorou, e 25,1% disseram que está igual.
Quanto ao cenário nacional, o índice também apresentou queda, porém de forma menos acentuada do que a verificada em Cuiabá. O índice nacional passou de 101,4 pontos em abril para 100,8 pontos em maio — pontuação que está 2,1 pontos percentuais abaixo da registrada em maio do ano passado.