DESTAQUE 1 Política

Cattani pode disputar governo de Mato Grosso pelo PL

Com o recuo do empresário Odilio Balbinotti e a ausência de um nome que una todas as alas do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso escancararam a dependência da sigla de uma eventual decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre quem será o candidato ao governo estadual. A avaliação foi confirmada pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que reconhece a dificuldade interna e aponta o senador Wellington Fagundes como uma opção viável — ainda que sem unanimidade entre os bolsonaristas.

Para Cattani, Fagundes é um bom nome legislativo e tem um histórico de votos alinhados com as pautas conservadoras. “Ainda defendo que o Wellington é um excelente senador, votou conosco em todas as pautas e tem feito posicionamentos que nos agradam muito dentro da nossa ideologia. Porém, nós não temos outro nome. Essa é que é a realidade”, afirmou o parlamentar ao O Farol Diário.

Odilio Balbinotti, conhecido por seu financiamento a campanhas ligadas à direita, vinha tentando articular uma candidatura ao Executivo, mesmo sem filiação formal ao PL. Seu recuo, confirmado por lideranças do bolsonarismo nesta semana, foi atribuído a questões de ordem familiar. Com isso, o partido ficou novamente sem uma liderança alternativa que agregue as diversas correntes internas.

O senador Wellington Fagundes, embora com trajetória política marcada por alianças com setores de esquerda em governos passados, vem endurecendo o discurso contra o governo Lula (PT). Ainda assim, parte da base mais ideológica do PL mantém reservas quanto a seu nome. Cattani, porém, acredita que o apoio de Bolsonaro poderia pacificar a questão: “Se o presidente Bolsonaro disser ‘esse é o nosso candidato’, eu estarei com ele”.

Além da disputa ao Executivo, Cattani também falou sobre a montagem da chapa proporcional para 2026. Ele minimizou o risco da “chapa da morte” — fenômeno causado por excesso de candidaturas fortes que acabam dividindo votos — e afirmou que a alta competitividade pode, na verdade, beneficiar o partido. “Quanto mais votos você tem, mais você faz”, disse.

Nesse cenário, o PL mato-grossense segue em compasso de espera. A definição do ex-presidente poderá ser decisiva não apenas para consolidar um nome, mas também para manter a coesão de um partido que, sem uma liderança unificadora local, segue refém da autoridade nacional de Bolsonaro.

Lucas Bellinello

About Author

Você também pode se interessar

Política

Lista de 164 entidades impedidas de assinar convênios com o governo

Incluídas no Cadastro de Entidades Privadas sem Fins Lucrativos Impedidas (Cepim), elas estão proibidas de assinar novos convênios ou termos
Política

PSDB gasta R$ 250 mil em sistema para votação

O esquema –com dados criptografados, senhas de segurança e núcleos de apoio técnico com 12 agentes espalhados pelas quatro regiões