Mato Grosso registrou, em uma década, 32.286 casos novos de hanseníase. Os dados, de 2008 a 2018, são do Ministério da Saúde e apontam um crescimento de 79,7% neste período. Em 2008, foram diagnosticados 2.602 novos casos e, em 2018, este número pulou para 4.678.
Em 2017, o Estado assumiu o topo do ranking de registros no país, com 3.452 novos casos. No ano seguinte, houve um aumento de 35,5%, ficando mais uma vez como a unidade federativa com mais casos, sendo 2018 o ano com maior número desde 1990. No ano passado, foram 3.937 novos casos, segundo dados parciais da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Os números apontam uma incidência de 114,4 casos a cada 100 mil habitantes, atenta o Programa Estadual de Hanseníase.
A técnica Rejane de Fátima Conde Finotti explica que os números são resultado da chamada busca ativa, que consiste na capacitação dos profissionais de saúde para reforçar a importância da atenção aos sintomas da doença e realizar o diagnóstico precoce. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) garante que as 92 unidades de saúde de Cuiabá estão aptas para fazer o diagnóstico. Dentre os registros em 2019, 7,9%, cerca de 310, foram feitos tardiamente e o paciente já apresentava algum tipo de sequela. A gravidade depende de quanto tempo demora o início do tratamento.
As consequências mais comuns, indica a médica de família e comunidade Andreia Tomborelli Teixeira, é a perda de sensibilidade dos olhos, perda de força nas pálpebras, perda de força e sensibilidade nas mãos e pés.
A importância do treinamento para identificar o mais cedo possível a doença é ressaltada pela médica que frisa ainda que, a qualquer alteração no corpo, a pessoa deve procurar o atendimento médico.
Dentre os sintomas relacionados à hanseníase, Teixeira elenca o aparecimento de manchas brancas, vermelhas ou roxas pelo corpo, ou de caroços. Além disso, a pessoa pode sofrer o espessamento da pele do rosto e da orelha, queda das sobrancelhas, cílios, dos pelos ao redor das manchas. Nessas áreas pode acontecer ainda a perda de sensibilidade. Há pacientes que tiveram câimbras e depois perda de foça e sensibilidade nas mãos e pés. Em alguns casos, o doente pode sofrer com o olho seco e a visão borrada.
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