De janeiro a agosto deste ano foram registrados 487 casos de estupros no Estado de Mato Grosso. No mesmo período do ano passado, foram denunciados 332 casos. Isso demostra um aumento de 46% dos casos no mesmo período.
De acordo com a defensora publica do Núcleo de Defesa da Mulher, Rosana Leite Antunes de Barros, esse número pode ser ainda maior, porque apenas 10% dos casos são notificados às autoridades.
“O estupro é o delito mais subnotificado do País. Quando nós ouvimos falar que 10 mulheres sofreram violência sexual em um mês, podemos multiplicar isso por 10. Apenas 10% dos crimes de delito sexual chegam aos ouvidos das autoridades”, revela.
Nesse cenário, uma pesquisa da Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgada no dia 21 de setembro revela que um em cada três brasileiros acredita que, nos casos de estupro, a culpa é da mulher.
Entre as mulheres, 32% acredita que a vítima é culpada pelo crime. Já quando para os homens, o pensamento é ainda mais recorrente e totaliza 42%. E 30% deles acreditam que, se a mulher usar “roupas provocativas” não pode reclamar se for estuprada.
Para a defensora, somente a educação pode mudar essa realidade. “Com os adultos as campanhas elas são importantes. 98% da sociedade conhece ou já ouviu falar na Lei Maria da Penha, e isso é trabalho das lutas feministas. Dentro de todo esse contexto apenas a educação mudaria essa situação”.
Ela comenta que o site “ONU mulheres” lançou no início deste mês um programa para professores e alunos do ensino médio sobre gênero. “Esse programa ficará disponível no site da ONU através de download gratuito aos professores. A chave só pode ser a educação, para mudar os paradigmas”.
LEIS
A pesquisa ainda aponta que 51% dos brasileiros não acreditam que a Polícia Militar esteja preparada para atender mulheres vítimas de violência sexual e 42% pensam o mesmo da Polícia Civil.
A defensora pública concorda com os brasileiros. “Quando uma mulher busca um amparo, ela tem que ser atendida imediatamente, e ampara. Falta esse preparo das polícias militar e civil para esse primeiro atendimento. A delegacia de defesa da mulher deve ser apenas de atendimento a mulheres. Hoje a delegacias de Mato Grosso funciona como delegacia de defesa da mulher, delegacia do idoso, e da criança e do adolescente”, critica.
Ela afirma que o fluxo de ocorrências por parte das mulheres é muito grande, de 10 boletins de ocorrência, 7 são de violência contra a mulher.
A pesquisa foi realizada pelo instituto Datafolha, que entrevistou entre os dias 1º e 5 de agosto, 3.625 pessoas de 217 cidades espalhadas por todo o Brasil. A margem de erro máxima estimada é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A quem recorrer
Delegacia Especializada de Defesa da Mulher – Rua Cel. Peixoto, nº 84 – Bairro: Bandeirantes, Cuiabá-MT.
(65) 3901-5326 / 3901-4272
Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso – Rua Dom Orlando Chaves, s/n – Bairro Cristo Rei, Várzea Grande/MT. (65) 3685-1236
Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM) – Rua Baltazar Navarros, 567, Bairro: Bandeirantes – (Antiga Prosol), Cuiabá/MT
(65) 3613-9920
Vara Especializada Violência Doméstica Familiar – Capital Rua Desembargador Milton Ferreira Mendes, Setor D. Fórum de Cuiabá
(65) 3648-6605
Delegacia Especializada de Defesa da Mulher – Rua: Manoel Carmerino, nº 761, setor Maria Lucia, Bairro Dermate, Barra do Garças/MT
(66) 3401- 2525 / (66) 3401-1388
Delegacia Especializada de Defesa da Mulher Cáceres – Rua Comandante Balduino, 2150, Bairro Jardim São Luis, Cáceres/MT.
(65) 3223-1953 / 3223-6173/ (65) 3223-0348
Delegacia Especializada de Defesa da Mulher Rondonópolis
(66) 3423-1133 /
3423-1754