O estado de Mato Grosso enfrenta uma preocupante alta nos casos de arboviroses, com aumentos de 51,7% nos casos prováveis de dengue e de impressionantes 6.241% nos registros de chikungunya em comparação ao ano de 2023. Segundo o último informe epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), já foram contabilizados 42.399 casos prováveis de dengue, 21.116 de chikungunya e 455 de zika neste ano. Apesar da redução de 8,8% nos casos de zika, a situação com dengue e chikungunya preocupa, especialmente pelas mortes registradas.
Em 2024, 39 pessoas perderam a vida em decorrência da dengue, com Pontes e Lacerda (8 óbitos), Cuiabá (5) e Tangará da Serra (3) liderando as estatísticas. Doze óbitos por chikungunya também foram registrados, sendo Tangará da Serra a cidade com o maior número de casos fatais (7). Cáceres, São José do Rio Claro e Várzea Grande registraram um óbito cada por esta doença. Até o momento, não há registros de mortes relacionadas à zika no estado.
Os municípios mais afetados pela dengue incluem Tangará da Serra (4.171 casos), Cáceres (3.161), Primavera do Leste (3.060) e Cuiabá (2.527). Já em relação à chikungunya, Tangará da Serra também lidera, com 5.727 casos, seguido de Cáceres (4.081) e Sorriso (2.997). Por outro lado, os casos de zika permanecem baixos, sendo Tangará da Serra, Nossa Senhora do Livramento, São José do Rio Claro e Guiratinga os municípios mais afetados.
De acordo com o informe, três sorotipos do vírus da dengue (DENV 1, 2 e 4) estão atualmente em circulação no estado, aumentando o risco de infecções repetidas por diferentes variantes. A epidemiologista Ana Paula Muraro destaca que a alta capacidade adaptativa do mosquito Aedes aegypti, vetor das três doenças, agrava a situação. “A cada ano, os casos aumentam e o impacto é significativo, com pacientes necessitando de internação e, infelizmente, algumas mortes”, afirmou.