Camila Ribeiro – Da Redação / Beatriz Saturnino – Da Reportagem
Fotos: Beatriz Saturnino
Teve início na manhã desta segunda-feira (6), a demolição das residências localizadas na Rua dos Xavantes, no Bairro Santa Helena, próximo ao Viaduto do Despraiado. O processo é necessário para dar início às obras de contenção da encosta do morro do Despraido.
A Defesa Civil esteve no local para interditar a rua e dar maior segurança aos moradores da região e operários que trabalham na obra.
“A Defesa Civil está por aqui, porque está bastante perigoso, principalmente pra nós que trabalhamos com essas retroescavadeiras, caminhões, a gente vê que as casas já estão ‘solapadas’ por baixo, a terra escorreu então é perigoso, temos que trabalhar com muita atenção”, afirmou à reportagem, o operador de máquinas, Roberto Nunes.
O trânsito na avenida Miguel Sutil também precisou ser alterado por conta das obras de contenção do morro. Desde a última sexta (3), o acesso à Miguel Sutil pela marginal do viaduto Domingos Iglesias (viaduto Despraiado) está bloqueado, no sentido Despraiado – Rodoviária.
O trânsito ficará bloqueado até a conclusão dos serviços. As outras marginais continuam liberadas, tanto no sentido contrário Rodoviária-Despraiado como nas outras laterais.
A orientação para quem necessita continuar o trajeto pela Avenida Miguel Sutil, é que o faça pelo viaduto Domingos Iglesias ou utilize o desvio já adotado anteriormente pela Avenida Afonso Pena/Rua Tenente Eulálio Guerra/ Marechal Deodoro até a Miguel Sutil no viaduto da Rodoviária. O acesso para o comércio e moradores locais será garantido.
Obra
A ordem de serviço para execução da obra foi assinada há pouco menos de um mês. O contrato firmado entre a empresa PPO Pavimentação e Obra Ltda. e a Secopa é de R$ 1,9 milhão e o prazo de execução da obra é de 60 dias. A vigência do contrato é de 120 dias.
De acordo com o assessor especial da Secopa, Jamir Sampaio, serão realizados cortes acentuados na encosta do morro, para minimizar os puxões de terra, estabilizar o talude e acabar com o deslizamento existe no local.
Ainda segundo ele, não haverá a necessidade de construção de um muro de contenção. “Vamos fazer apenas a reconformação da encosta, instalando ainda dispositivos de drenagem e, por fim o revestimento da vegetação no local.
Erro
Durante a edificação do viaduto, cujo custo foi de R$ 18,9 milhões, as empreiteiras responsáveis pela obra fizeram um corte no barranco sem que houvesse planejado a construção de um muro de arrimo no local para evitar deslizamentos. O erro foi denunciado com exclusividade pelo Circuito Mato Grosso em setembro do ano passado.
À época, o geólogo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), Mário Cavalcanti de Albuquerque, disse ao Circuito que o corte praticado colocou a rocha em exposição, abrindo a possibilidade de deslizamentos em época de chuva, o que veio a se concretizar meses depois.
Ao todo, nove imóveis precisaram ser desapropriados. As indenizações somaram R$ 2,8 milhões.