Um casal foi preso em flagrante pela Polícia Judiciária Civil, em Água Boa (730 km de Cuiabá), neste domingo (18), por homicídio qualificado e ocultação de cadáver da menina, M.E.S.S, de dois anos, encontrada morta na cidade de Primavera do Leste (a 231 km de Cuiabá).
O pai da criança Lenilson Barbosa de Souza, 25 anos, e a madrasta Katia Cristina de Almeida Lopes, 27 moravam em Água Boa, cidade em que reside a mãe de 19 anos da menina. Eles foram trabalhar em uma fazenda no município de Paranatinga (a 373 km de Cuiabá) e a mãe, que tem a guarda da filha, permitiu que a menina fosse passar uns dias com o casal.
Depois de passar um mês na fazenda, o casal foi morar em uma casa na cidade de Primavera do Leste. Segundo o pai, no dia 7 de setembro, por volta das 8h, a madrasta foi ao mercado e ele ficou em casa com menina. Ele conta que bateu na menina porque ela tinha feito cocô no colchão. Em seguida, viu que a menina estava molinha, meio sonolenta e deu um remédio para filha, deixando-a no quarto. Por volta das 23h a criança morreu.
“Ele bateu na criança por volta às 8h. A criança ficou passando mal. Ele deu um remédio para dor, mas não sabe dizer o que é”, disse a delegada de Água Boa, Luciana Canaverde.
Quando constou que a menina tinha morrido, o suspeito conta que colocou o corpo em um saco plástico e depois em uma caixa, deixando dentro do quarto. No outro dia foram até a fazenda buscar o carro que tinha ficado na propriedade por estar estragado. Cerca de dois dias depois retornaram para Primavera do Leste e quando entraram na casa viu que estava com mau cheiro. Então, pegaram a caixa com a criança morta e depositaram em uma área verde, aos fundos do loteamento.
Os dois voltaram e lavaram a casa e as roupas da criança. Passaram mais três dias em Primavera do Leste e foram de ônibus para Goiânia, onde segundo o suspeito iria fazer um curso para mudar a categoria da Habilitação, para dirigir caminhão.
A delegada Luciana Canaverde disse que no último sábado (17), a mãe da menina registrou uma boletim de ocorrência, que informava o desaparecimento da filha em Goiânia. A mulher disse que a filha estava com o pai há cerca de dois meses e que, no último contato, o pai havia informado que tinha sido assaltado em uma feira na cidade de Goiânia e durante o roubo a criança desapareceu.
A delegada, que é natural de Goiás, contou que de início achou estranho, por saber que o dia de feira é somente no domingo. Ele entrou em contato com Goiás, lá não havia nenhum registro sobre o roubo ou o desaparecimento da menina.
No domingo, a Polícia Civil de Água Boa recebeu uma informação de que o casal tinha retornado para cidade e assim que eles chegaram foram presos em flagrante. Num primeiro momento, os dois suspeitos sustentaram a história do assalto, contando que ela tinha caído do caminhão de mudança, quando deixaram a fazenda em Paranatinga para morar na cidade de Primavera do Leste. “A madrasta contou a verdade e o pai falava que tinha dado apenas um tapa”, disse.
De acordo com a delegada, durante as investigações, informalmente, tanto o pai quanto a madrasta contam como os fatos ocorreram. “A madrasta contou oficialmente no interrogatório. Ambos durante as investigações foram contando. A madrasta colocou no papel. Ele orientado pelo advogado, não. Ele se reservou no direito de permanecer em silêncio”, disse.
A delegada ainda informou que durante o tempo que o pai ficou com a filha, a mãe recebeu uma foto a menina estava com um olho roxo. Quando questionado o pai não soube explicar.
O casal vai responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Foi o suspeito que informou onde o corpo da criança foi achado, dentro da caixa.
Perícia
O corpo da criança está sendo periciado em Primavera do Leste, que irá constar lesões. Perícia de local de crime e na casa onde a família morava também serão realizadas. Vizinhos também serão ouvidos para levantar mais informações de histórico de agressões sofridas pela criança.