(Foto: Reprodução Facebook)
A Polícia Judiciária Civil concluiu o inquérito policial das investigações do assassinato do italiano, Alessandro Carrega Dal Pozzo, 63 anos, ocorrido em 5 de agosto de 2016, na cidade de Barra do Garças (507 km a Leste). Os autos do inquérito policial foram enviados à Justiça nesta semana.
Pela morte do italiano, um casal foi preso temporáriamente (30 dias) durante a investigação, e depois foram indiciado por homicídio qualificado. As investigações foram encerradas após diligências, cumprimentos de mandados de busca e apreensão, prisões temporárias, oitiva de testemunhas, suspeitos e indiciados.
O delegado Adriano Marcos Alencar destacou a complexidade da investigação, diante das circunstâncias que envolveram o homicídio. O cadáver foi encontrado já em estado avançado de decomposição, no bairro Jardim das Mangueiras no fundo do Vale do Amanhecer, em Barra do Garças, com suspeitas iniciais levantadas por vizinhos, de morte natural.
Provas periciais nas investigações apontam para participação de Tatiane Lourenço Conceição Torres, ex-mulher do italiano. Foram encontradas marcas físicas do calçado, no local do crime, idênticas no tamanho e número da bota encontrada em busca e apreensão na propriedade rural da acusada.
Outros indícios, se referem às contradições nos testemunhos que apontam ser a mulher experiente com armas de fogo. Também há uma situação envolvendo a compra de uma fazenda da vítima, com valores a serem pagos em prestações, que deveriam ser recebidos posteriormente, caso não tivesse ocorrido o crime.
Placas do veículo Land Rover, furtado da casa de Alessandro foram encontradas na busca, ocorrida na propriedade rural da suspeita, e demais provas nos autos em seu desfavor.
Outro envolvido, Célio Mariano Cardoso Torres, desde o início se preocupou em buscar direcionar as investigações da Polícia Civil, apontando suposta autoria dos fatos, diferentemente das suspeitas levantadas pelos policiais, que levaram para o casal, Célio Mariano e Tatiane Lourenço.
Segundo as investigações, o casal utilizou um homem, de nome José Valdivino da Silva Filho, conhecido por "Divinim", para mentir em depoimentos nas Delegacias de Roubos e Furtos e 1ª Delegacia de Polícia (DERF e 1ª DP), inclusive, com pagamento de valores financeiros a ele.
Há também registros policiais que relatam desafeto entre Célio e vítima, por conta de crimes de natureza patrimonial, como também devido questões passionais pelo fato de Tatiane ter sido casada com Alessandro, entre outras provas nos autos.
"Tais indícios são circunstâncias conhecidas e provadas que tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias. Inclusive houve representação da conversão da prisão temporária para prisão Preventiva, todavia a respeitável decisão do magistrado neste momento foi pelo indeferimento por entender que os indiciados não podem mais atrapalhar as diligências realizadas pela Polícia", informou o delegado Adriano Marcos Alencar.
O delegado também reconheceu os esforços do delegado regional, Adilson Gonçalves, também de toda equipe de policiais de Barra do Garças, da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), do Consulado Italiano, pelo envio de representantes a Barra do Garças, Ministério Público e Poder Judiciário pelo trabalho desenvolvido durante a investigação.
"Em razoável espaço de tempo fomos juntos capazes de demonstrar união, profissionalismo e resultados que trazem certo conforto para a família italiana da vítima, que tinha escolhido nossa comarca para morar", disse.