Um pesadelo enfrentado por um casal de turistas levou a Polícia Federal a descobrir um golpe usado por traficantes no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Nos saguões dos aeroportos os passageiros andam espertos com a bagagem. “Estar sempre de olho e sempre próximo, segurando, não deixar próxima a outra”, sugere uma passageira.
“Já despachar a mala e ficar com o mínimo possível”, confirma outra passageira.
Foi exatamente isso que um casal de turistas fez.
O casal ia para Lisboa, em Portugal. Chegou com uma certa antecedência ao aeroporto, fez o check in, despachou as bagagens, passou pelo embarque e já estava dentro do avião quando os dois foram retirados da aeronave por agentes da Polícia Federal que haviam encontrado dentro de uma mala deles 27 quilos de cocaína.
Diante da mala abarrotada de droga o homem e a mulher juraram que a cocaína não era deles. E disseram que nem a mala dourada era a que eles haviam despachado, apesar de a etiqueta ser de uma bagagem deles.
“O que convenceu realmente a Polícia Federal que tratava-se de passageiros inocentes é que a etiqueta trocada na mala do passageiro-turista, para a mala que continha droga, tinha uma pesagem muito diferente. A etiqueta era de uma frasqueira que pesava 7 quilos, e a mala que continha a droga tinha uma pesagem de 32 quilos”, explica Wagner Castilho, delegado da PF.
A Polícia Federal então checou as imagens das câmeras de segurança. Reparem que, quando o casal chega, realmente não há uma mala dourada com eles.
A partir daí, os policiais seguiram as imagens dos funcionários envolvidos no check-in e transporte das malas. A mala da cocaína estava com um funcionário de uma empresa contratada pela companhia aérea para fazer o transporte das malas. Em determinado momento, ele ficou escondido da câmera com outro funcionário. O primeiro saiu, e foi seguido pelo outro com a mala de drogas.
Presos, eles confessaram que receberiam R$20 mil para trocar as etiquetas. Outros três homens que trabalham no aeroporto estão sendo procurados. Depois do susto e de horas de atraso, o casal conseguiu embarcar para Portugal.
O Grupo Orbital declarou que não compactua com o comportamento dos funcionários que foram presos e que está colaborando com a Polícia Federal.
Fonte: G1