Após oito anos, dez veículos de luxo apreendidos durante a Operação Maranello, deflagrada no dia 29 de setembro de 2009, em Mato Grosso, contra o tráfico de drogas, estão em leilão.
Entre eles uma Ferrari Spider 430, um Porsche e uma motocicleta Harley Davidson, estão entre os sete carros e três motos. Os preços dos veículos variam de R$ 24 mil a R$ 750 mil.
Os veículos, segundo a PF, foram comprados com o dinheiro do tráfico e pertenciam a uma família de empresários.
No entanto, no ano seguinte à operação, os veículos foram devolvidos à família para evitar a deterioração e atualmente se encontram na casa dos acusados, em um condomínio de luxo, localizado no Bairro Jardim Itália, em Cuiabá.
Os lances podem ser feitos no site da empresa responsável pelo leilão, até o próximo dia 18.
Ao todo, são 10 veículos, sendo sete carros e três motos.
O veículo mais caro é a Ferrari, ano 2007, avaliada em R$ 750 mil. O carro está com 4.709 km rodados e pertencia à família Zangarini. Nessa operação, a PF prendeu o empresário Alexandre Zangarini, que depois foi solto.
Também estão disponíveis para lances duas BMW, fabricadas em 2006 e com lances iniciais de R$ 43 mil e R$ 50 mil, além de uma Mercedes, com lance inicial de R$ 88,5 mil.
Um Corvette, no valor de R$ 185 mil também está foi colocada à leilão, assim como um Porsche avaliado em R$ 180 mil. Entre as três motos está uma Harley Davidson, avaliada em R$ 42,5 mil.
Operação Maranello
Pelo menos 26 pessoas foram indiciadas no âmbito da Operação Maranello, que prendeu 13 pessoas. À época foram cumpridos mandados de prisão em Cuiabá (MT), Corumbá (MS), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Teixeira de Freitas (BA) por determinação do juiz da 2º Vara Federal de Mato Grosso, Jefferson Scheinneder. Entre os presos acusados de envolvimento com o tráfico estão empresários, quatro policiais civis e um advogado. A polícia também apreendeu jóias, relógios e nove carros de luxo e 380 kg de cocaína.
Segundo a PF, a droga era comprada na Bolívia e entrava no Brasil de avião, pelo Pantanal, e entregue em fazendas compradas pelos integrantes da quadrilha: Sete irmãos e Baía dos Pássaros, as duas no município de Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá.
Numa delas, arrendada para uma empresa de agropecuária, foram encontrados 376 tabletes de cocaína em sacos plásticos escondidos sob uma lona, numa área de mata fechada. Da fazenda, a droga era distribuída por terra.
Para achar a droga, a Justiça deu à Polícia Federal 15 dias de busca e apreensão na área da fazenda, de 8 mil hectares. Os policiais tiveram de cercar os limites para impedir a saída do entorpecente. Dentro da fazenda foram achadas carabinas de fabricação russa.
Participavam do esquema tanto empresas ativas quanto 'fantasmas' e o dinheiro era movimentado até mesmo por pequenos comércios, como padarias e empresas de cobrança. O objetivo era dificultar o rastreamento.