Quando Santos e São Paulo entrarem em campo neste domingo, às 17h (de Brasília), na Arena Pantanal, em Cuiabá, as atenções estarão direcionadas a dois personagens. Carrasco de Rogério Ceni, o atacante Robinho irá reencontrar o goleiro tricolor depois de atuar por quase quatro anos na Europa. O clássico, inclusive, pode ser o último do camisa 1, que pretende se aposentar no fim da temporada.
O Rei das Pedaladas gosta de aprontar contra o ídolo adversário. Em 13 jogos, ele venceu nove, perdeu três e empatou um. Além disso, marcou dois gols no goleiro e quer balançar as redes mais vezes neste domingo, pela 36ª rodada do Brasileiro.
– A rivalidade é entre Santos e São Paulo. Vou procurar fazer o meu melhor e tomara que eu consiga fazer mais um gol nele (risos) – brincou o atacante.
Os dois já foram protagonistas de jogos importantes, mas quase todos terminaram com finais felizes para o time da Vila Belmiro. Em 2002, uma das exceções, mas Robinho, Diego e companhia tiraram Ceni do sério. Na vitória por 3 a 2 para o São Paulo, no Morumbi, pela primeira fase do Campeonato Brasileiro, os santistas, depois do segundo gol, de pênalti, correram para o símbolo tricolor ao lado do gramado do estádio, tiraram a camisa, e dançaram. A atitude gerou revolta dos são-paulinos e muita discussão.
Pouco tempo depois, as duas equipes voltaram a se enfrentar, mas no mata-mata. Desta vez, o Peixe levou a melhor nos dois confrontos: 3 a 1 na Vila Belmiro, com um gol do Robinho, e 2 a 1 no Morumbi, mas sem gols do camisa 7. Os resultados classificaram o Alvinegro à decisão do Brasileirão e eliminaram o São Paulo, que havia sido o líder da primeira fase.
Quase três anos depois, mais um jogo marcante entre os adversários paulistas em que Rogério Ceni e Robinho atuaram. Em abril de 2005, os rivais se enfrentaram no estádio Wilson de Barros, em Mogi Mirim. O empate em 0 a 0 não significou nada para o Santos, mas deu o título do Campeonato Paulista ao Tricolor.
Em 2006, o destino reservou um outro encontro para os dois, depois de Robinho deixar o Santos para ir para o Real Madrid tentar conquistar o mundo. Ele e Rogério Ceni assistiram do banco de reservas à seleção brasileira ser eliminada pela França nas quartas de final da Copa do Mundo, na Alemanha. Desta vez, ele estavam do mesmo lado, mas não conseguiram ajudar o Brasil a chegar ao hexa.
Após sair do Real, Robinho foi para o Manchester City, mas perdeu espaço e foi emprestado ao Peixe em 2010. A reestreia dele foi justamente contra o São Paulo. E o Alvinegro levou a melhor, pelo Campeonato Paulista, na Arena Barueri. O jogo estava 1 a 0 para os santistas quando o atacante entrou em campo, mas logo o Tricolor empatou. Talvez nem o torcedor mais fanático do time da Vila Belmiro imaginasse este roteiro: o camisa 7 criou, pedalou, tabelou com Neymar e ainda marcou, de letra, o golaço da virada.
Naquele mesmo ano, os rivais se enfrentaram outras duas vezes com Rogério Ceni no gol e Robinho no ataque. Nas semifinais do Paulistão, o Santos fez 3 a 2 no Morumbi e 3 a 0 na Vila Belmiro. Agora, na terceira passagem pelo Peixe, o Rei das Pedaladas espera aumentar a vantagem diante do goleiro adversário, que talvez nunca mais o encontre desta forma.
Bruno Giufrida – GloboEsporte