A manhã desta terça-feira (16) foi de longas filas no Rio e em cidades vizinhas para quem desejava se imunizar contra a febre amarela. A corrida aos postos acontece depois da confirmação de mais duas mortes em decorrência da doença este ano no estado.
No Centro de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, na Zona Norte, a fila tinha 150 metros às 9h30.
No Centro Municipal de Saúde Dom Hélder Câmara, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, as filas saíam da unidade e ganhavam a Rua Voluntários da Pátria.
Na Baixada Fluminense, um posto em São João de Meriti tinha filas desde a madrugada.
O primeiro da fila em Botafogo, que por volta das 8h tinha 80 metros de comprimento, reclamou da demora no atendimento.
“Eu fui o primeiro a chegar. Cheguei 6h. Mas dizem que só abre às 8h. Eu só consegui tomar minha vacina 8h40”, reclamou o pedreiro Jorge Souza Cruz, de 42 anos.
A aposentada Rosa Maria Oliveira se surpreendeu com o tamanho da fila. “Estou aqui antes de abrir. Cheguei 7h em ponto, e já tinha fila, acredita? Mas tem que esperar, né? Não tem outro jeito. É melhor perder uma manhã do que perder a vida”, explicou.
Jurema chegou 7h40, mas não vai conseguir tomar a vacina porque já passou dos 60 anos. “Eles me mandaram trazer um atestado médico, vou ver se eu pego hoje para vir amanhã novamente”, contou.
Casos no RJ
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou na noite de segunda-feira (15) mais dois casos de febre amarela em humanos no Estado do Rio de Janeiro em 2018. Dois moradores de Valença, no Sul Fluminense morreram após contraírem a doença.
O resultado foi confirmado após exames laboratoriais realizados pela Fiocruz. Assim, foram confirmados quatro casos no estado em 2018, até o momento: três em Valença, sendo duas mortes, e mais um óbito em Teresópolis.
Desde julho do ano passado, todos os 92 municípios do estado já estão incluídos na área de recomendação da vacina e a campanha de vacinação permanece.
Os casos registrados até agora no estado do Rio são do tipo silvestre, transmitido pelas espécies de mosquito Haemagogus e Sabeths, presentes em áreas demata. Não há registro da forma urbana da doença, transmitida pelo Aedes aegypti, desde 1942 no país.
A secretaria reforça a importância das pessoas que ainda não se vacinaram buscarem um posto de saúde próximo de casa para serem imunizadas.