O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu nesta quarta-feira (11) às pessoas que participarem de manifestações contrárias ao governo no próximo fim de semana que "se afastem de posturas golpistas". Ele garantiu que o governo respeita "quem pensa diferente" e "prega tolerância".
Nesta semana, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff chegou a afirmar que os protestos contra o governo são legítimos, mas defender "terceiro turno" da eleição presidencial é "ruptura da democracia".
"Neste momento, em que muitas pessoas querem mostrar sua insatisfação em relação ao governo, é legítimo que elas se manifestem, desde que o façam de forma pacífica. Da mesma forma, o respeito às regras democráticas também deve estar colocado neste processo. Ou seja, que manifestem-se dentro da lei e da ordem, respeitem as autoridades constituídas e afastem-se de quaisquer posturas golpistas", disse o ministro.
Em viagem a São Paulo nesta terça (10), onde visitava estandes de uma feira, Dilma foi vaiada. A vaia ocorreu minutos antes de ela seguir para o anfiteatro do centro de eventos onde a feira é realizada. As vaias duraram cerca de cinco minutos e a presidente não reagiu.
No último domingo (8), Dia Internacional da Mulher, Dilma fez pronunciamento e, enquanto a fala dela era veiculada nas cadeias nacionais de rádio e TV, pessoas em várias cidades do Brasil bateram panelas nas janelas de suas casas e entoaram gritos pedindo a saída da presidente.
Ao comentar os protestos marcados para o fim de semana, José Eduardo Cardozo afirmou ainda ser próprio da vida democrática que as pessoas se manifestem. Ele, em seguida, destacou que dois aspectos devem ser respeitados: "convivência de pessoas que pensam diferente e respeito às regras".
"A democracia tem que ser respeitada e o governo tem forte compromisso com a democracia. O governo respeita as pessoas que querem se manifestar contra ele, embora possa debater com muita clareza as razões pelas quais acha que algumas vezes as críticas são injustas. Somos um governo que prega, antes de tudo, a tolerância", afirmou.
Indicação para o STF
Em entrevista, Cardozo foi questionado sobre a demora na indicação pela presidente Dilma Rousseff do ministro que assumirá a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou que "todo cuidado é necessário" por se tratar de um cargo vitalício.
"Quando você escolhe alguém para um cargo vitalício, todo cuidado é necessário. Uma coisa é você escolher um ministro de Estado, que ocupa um cargo de confiança e que é passível de ser exonerado a qualquer momento. Quando você escolhe alguém para um cargo vitalício, essa escolha exige critério, cuidado e aprofundamento", argumentou.
Fonte: G1