Cidades

Capucine Picicaroli contando história pela arte em tela

“Eu gosto de contar história. Sou uma pessoa que falo muito. Sou geminiana”. Assim Capucine Picicaroli dá início a sua arte: contando histórias. Suas coleções como México Imaginário, a Cuiabá, As Marias, a Bicolor e “16 Conte Outra Vez”, são marcadas pelas cores vibrantes retratam a mulher, a religião, a fé, e a cultura.

Com tantas obras, Capucine não via fomento por parte do estado para que sua arte fosse vista pelos mato-grossenses. Assim, com a experiência que já tinha como publicitária e comerciante, surgiu a ideia de abrir uma galeria. No início de 2016, na charmosa 24 de Outubro, Capucine se instalou.

“O que eu pensei: Já que não temos uma galeria de arte, vamos criar. Se você não tem meios, você vai criar meios para trabalhar. E ai, quando eu abri essa primeira galeria na 24 de outubro muitos artistas me procuraram”, revela Capucine.

A galeria fechou em razão de decorrentes assaltou, mas o sonho da artista em continuar com uma galaria não cessou. Uma nova galeria será instalada no Shopping Goiabeiras, no dia 6 de outubro. “Não se vê um fluxo de exposição grande. O artista que ir onde o povo está. Porque ele pinta para isso. O artista tem essa vaidade. Ele quer que as pessoas vejam o trabalho dele”.

A idealizadora da galeria foi para outros países pesquisar o mercado de arte e entender como funciona.  Foi à diversas galerias no Brasil, à França, Itália e Inglaterra. “Eu não posso ter na cabeça que eu vou montar uma galeria com obras só minhas. É uma empresa caríssima para se manter. Dai falei, vou trazer para galeria artistas de Mato Grosso do Brasil, e de fora do Brasil”.

A Galeria Picicaroli abrirá em seu primeiro momento para dez artistas. Os fotógrafos Rai Reis, Ayla Picicaroli e José Medeiros. O escultor parisiense, Rodrigo Pedrosa. O artista de Pop Art Bruno Portela, os pintores Jonas Barros, Carlos Lopes, Luiz Carlos. A bonequeira Cassia Macieira e a própria Capucine.

INVESTIMENTO

O mercado de obras de arte em Cuiabá ainda é escasso, Capucine revela que Cuiabá ainda não conta com marchand (pessoa que vende obra de arte). Contudo, aposta no mercado de arte, e diz que, obras de arte trazem mais que beleza.

“Iremos desenvolver um trabalho com os artistas que estão investindo nas suas carreiras. Então, quando um colecionador e/ou cliente compram uma obra na galeria ele vai saber que a obra daquele artista vai valorizar. Então ele está fazendo um investimento”, conta.

SEM INCENTIVOS

Programas de incentivos para artistas e galeristas não são fomentados em Mato Grosso. Capucine conta que desde que se voltou para o mercado de arte, viu que o apoio governamental é pequeno. “Para trabalhar com o mercado de arte no Brasil você tem que ser meio herói”, revela.

Para a artista, existe um descaso com o artista. “A gente percebe que você não é procurado, não é incentivado, salvo situações especificas, que ele pegam um artista, e pagam o valor que ele quer, e não valor de mercado. Isso em todas as áreas, eu falo da pintura porque estou a par, mas acontece também na música e todas as outras artes”.

Capucine explica que o apoio e incentivo do governo é interessante, pois a arte, independente de qual vertente, período da história da arte de Mato Grosso, e eu assim como outros artistas fazem parte.

“A gente percebe em Mato Grosso as coisas estão estagnadas. Tem muita coisa nova acontecendo, mas não é vista. Porque quem administra o poder público faz parte da mesma panela. As exposições são chatérrimas, caídas, nada de novo. Tem artista que está fazendo exposição há 20 anos com a mesma obra”, aponta.

FUTURO

As obras de Capucine não retratam as manifestações culturais apenas do estado de Mato Grosso ou do Brasil. Capuccine se considera uma artista “do mundo”. E é. Ela tem obras expostas na França e Itália. 

“E sempre olho tudo com olhar universal. Eu não acho interessante eu quanto artista centralizar o meu olhar do que me emociona para o meu estado, ou minha cidade. EU moro no mundo. E eu faço parte desse mundo como um todo. Eu não faço parte do Mato Grosso”.

A próxima série, ainda em fase de construção é sobre o folclore Brasileiro. “Essa semana estou pintando o boi-bumbá, porque vi uma matéria sobre, e fui ler sobre. Eu gosto de falar sobre coisas belezas”.

Em exposição chamada “Arte Brasiliana in Firenze”, Capucine terá trabalhos expostos em Firenze, na Itália, nos dias 17 a 25 de Outubro. Em janeiro de 2017, a artista também expõe em Montevidéu, Uruguai.

Uma exposição, já em andamento, é a “Ocupação Arte”, no Espaço Cultural do Shopping Iguatemi/ Alphaville, até 26 de outubro.

GALERIA

A inauguração será no dia 6 de Outubro, às 18h; no Shopping Goiabeiras; primeiro piso

As obras vão de R$50 à R$80 mil. Entrada gratuita.

Cintia Borges

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