Consideradas um dos símbolos de Cuiabá, as capivaras estão frequentemente atravessando ruas e avenidas, sendo flagradas, inclusive, atravessando pela faixa de pedestres. Porém, muitas vezes, acabam provocando e sendo vítimas de acidentes de trânsito.
Esse cenário levou a professora de biologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Viviane Layme, e um grupo de acadêmicos a estudar o comportamento desta espécie para identificar os principais pontos da cidade onde as capivaras estão mais expostas a riscos.
Normalmente, os animais são vistos nas proximidades do Parque Tia Nair e do Parque das Águas.
“São seres aquáticos e costumam se movimentar pela água. Com a cidade no meio, acabam se movimentando pelas ruas por necessidade. Iremos investigar, também, se são grupos fixos ou se espalham, e se estão entrando e saindo da capital pelo rio”, contou.
Outro foco da pesquisa, segundo ela, será compreender todo o comportamento das capivaras e o modo de vida delas. Para observar os animais 24h, serão instaladas “armadilhas fotográficas”.
“Isso irá envolver toda a sociedade com a história natural dos bichos, o que comem e como vivem, até para a gente saber se pode ou não mexer com eles e de que forma, sem os expor a risco”, afirmou.
A ideia do projeto surgiu, de acordo com Layme, como uma demanda da própria comunidade, uma vez que os acidentes com capivaras se tornaram rotineiros. Isso incentivou a pesquisadora a buscar parceria com a universidade e a prefeitura da capital.
“A ciência vem como uma reposta relevante para cada problema”, ressaltou.
Os resultados preliminares da pesquisa devem ser divulgados em seis meses, segundo ela. O projeto deve durar 24 meses, mas pode ser estendido.