Enfrentar o grave problema da saúde pública do nosso Estado será um dos grandes desafios para o próximo governador. Especialmente, porque as Organizações Sociais de Saúde (OSS) implantadas em algumas unidades hospitalares de Mato Grosso não se mostraram eficientes para tirar a saúde do Estado da ‘UTI’.
Em vigor desde 2011, quando o ex-deputado federal Pedro Henry (PP) atuava como secretário estadual de Saúde, as OSS são inclusive, um dos principais alvos de críticas por parte daqueles que concorrem ao Palácio Paiaguas neste pleito.
Os candidatos, sem exceção, alegam que irão por fim a esse modelo gerido por entidades privadas e sem fins lucrativos, com as quais os estados podem fazer contratos para a prestação de serviços.
Na Capital ainda existe outro grande problema que é a falta de leitos no Pronto Socorro Municipal, unidade que atende a pacientes de todo o interior do Estado. O déficit é tamanho, que existem pelo menos 100 pacientes acomodados em leitos improvisados pelos corredores, enfermarias e inclusive na Sala Vermelha, que funciona como uma semi-UTI.
Além do fim das OSS, os três principais candidatos ao governo, Pedro Taques (PDT), Lúdio Cabral (PT) e Janete Riva (PSD), apresentam planos de governo com propostas parecidas. Confira as principais:
Lúdio Cabral
Apoiado pelo mesmo governo que implantou a OSS, o petista Lúdio Cabral prega o fim deste modelo, que segundo ele, foi um erro da gestão Silval Barbosa. Em seu plano de governo, o médico, defende a retomada da gestão dos hospitais regionais.
Em sua campanha, por diversas vezes em que visitou alguns municípios do Estado, Lúdio firmou compromisso de ajudar os prefeitos na melhoria da atenção básica e na revitalização de hospitais municipais.
Além disso, ele também propõe:
– Revitalizar 55 hospitais.
– Reestruturar a média e alta complexidade na saúde.
– Programa Mais Médicos Especialistas, para que as pessoas sejam atendidas mais próximas de onde vivem.
Pedro Taques
Acusado de ser um dos responsáveis da precariedade da saúde pública em Cuiabá, já que o seu partido, o PDT gere a pasta municipal na gestão de Mauro Mendes (PSB) frente ao Palácio Alencastro, Pedro Taques também defende o fim das Organizações Sociais de Saúde nos hospitais de Mato Grosso.
O pedetista também é criticado por propor a construção de um novo Pronto Socorro na Capital, já que esta foi a principal promessa de campanha do seu principal aliado, prefeito Mauro.
Em seu plano de governo, o líder da coligação “Coragem e Atitude pra Mudar” coloca entre os temas prioritários o fortalecimento do atendimento de alta e média complexidade no interior do Estado.
Outras propostas para a saúde são:
– Construir um hospital público em Cuiabá, com 15 mil metros quadrados e, no mínimo, 350 leitos. O custo da unidade de saúde seria a de R$ 3 mil o metro quadrado, totalizando R$ 45 milhões.
– Implantação de dois hospitais regionais na região do Vale do Araguaia, sendo um deles na cidade de Porto Alegre do Norte e outro em Barra do Garças.
– Investimento na saúde preventiva.
– Comprar ambulâncias e aumentar as UTI’s.
Janete Riva
Candidata de última hora, por conta do indeferimento do registro de candidatura de José Riva (PSD), Janete assumiu o plano de governo e as propostas para a saúde pública de seu marido.
Como os outros adversários, a social democrata condenou o modelo de administração dos hospitais do estado, defendendo a extinção gradativa das OSSs.
Em seus poucos dias de campanha, Janete se comprometeu com a construção de um hospital estadual em Cuiabá, com 300 leitos, fortalecimento dos hospitais regionais e investimento nos Programas de Saúde da Família (PSF), para a prevenção.
Outros pontos para a saúde em seu plano de governo são:
– Implantar a rede hospitalar e investir nos consórcios.
– Recuperação do MT Saúde, implantando um Comitê Gestor na administradora do Plano de Saúde dos servidores do Estado.