Política

Candidatos à vaga no TCE aparecem na lista de beneficiários de propina

Os nomes dos deputados José Domingos Fraga (PSD), Sebastião Rezende (PSC) e Guilheme Maluf (PSDB), principais candidatos à vaga da Assembleia Legislativa no Tribunal de Contas do Estado (TCE), aparecem na lista entregue pelo ex-deputado José Riva como beneficiários de propina supostamente paga pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), enquanto governador de Mato Grosso.

Segundo José Riva, ele próprio e mais 33 políticos receberam R$ 37,5 milhões entre 2003 e 2004, o chamado “mensalinho”. As afirmações foram feitas na tarde desta sexta-feira (31) durante reeinterrogatório à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal.

O ex-deputado afirmou também que foram desviados R$ 2,5 milhões da Assembleia Legislativa para comprar a vaga do ex-conselheiro Sérgio Ricardo, enquanto deputado, no TCE). Por força de liminar concedida pelo juiz Luiz Aparecido Bortolussi Júnior, da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Popular, Sérgio Ricardo foi afastado do cargo. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), o então conselheiro Alencar Soares teria vendido a vaga por R$ 12 milhões.

 

No reinterrogatório dado perante a juíza Selma Arruda, Riva ainda revelou que os ex-governadores Dante de Oliveira (já falecido), Blairo Maggi (PP) e Silval Barbosa (PMDB) autorizavam o pagamento de mesadas mensais aos deputados estaduais em troca de apoio político.

O depoimento de José Riva acontece no momento em que surgem rumores de que uma vaga no TCE estaria valendo R$ 6 milhões.

Guilherme Maluf (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, negou veementemente que as conversas de bastidores tenham veracidade. “Não existe isso. Não está havendo leilão, nada. Toda vez que tem discussão sobre TCE, alguém fala que estão vendendo vaga”, declarou Maluf no dia 22.

Já o deputado José Domingos (PSD) declarou à imprensa que não vê possibilidade de uma situação como esta se repetir. “Ninguém teria a ousadia de cometer um crime de tamanha envergadura nos dias de hoje. Estamos em um novo momento. A Abin, o Ministério Público, a sociedade e todos os órgãos de controle estão de olho na escolha do conselheiro”, disse ao site O Livre.

Mesmo que fosse possível, o parlamentar afirma que não teria condições morais e mesmo financeiras para concretizar o negócio. “Se houvesse venda de cadeira, não estaria na disputa. Comprar vaga não vale, a não ser que o conselheiro vá extorquir prefeitos e ordenadores de despesa, o que não é meu objetivo”, pontuou José Domingos.

Estes dois deputados são os principais candidatos uma cadeira no TCE, neste caso a deixada por Humberto Bosaipo, também indicado pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Leia Mais:

Vaga no Tribunal de Contas do Estado estaria custando R$ 6 milhões

Sandra Carvalho

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