Os atletas africanos que subiram ao pódio na 90° Corrida Internacional de São Silvestre reclamaram do calor na manhã de hoje (31). O dia apresenta condições típicas de verão, com tempo abafado e termômetros entre 20 e 32 graus Celsius (°C), de acordo com Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da capital paulista. Atletas da Etiópia, do Quênia e da Tanzânia conquistaram as primeiras colocações na mais tradicional prova de atletismo do Brasil. A dificuldade foi superada com a estratégia das equipes de correr junto e imprimir um ritmo à prova, tornando mais difícil a aproximação de corredores de outros países. O apoio dos brasileiros nos gradis também foi destacado pelos atletas como um suporte importante para vencer a prova.
“A população é muito amorosa. É um prazer estar aqui. Já é a terceira vez que venho e sempre sou muito bem recebida”, agradeceu a campeã da prova feminina, Ymer Ayalew, 27 anos, da Etiópia. Ela foi vencedora da São Silvestre de 2008 e em 2011 conquistou o segundo lugar. O tanzaniano Fabiano Naasi, 29 anos, lembra que em outros lugares, em vez de apoiar, o público se afasta deles. “A corrida foi difícil, mas estou muito feliz com terceiro lugar. A maior felicidade é ter a população apoiando no caminho. Aqui as pessoas agem com alegria”, declarou.
O calor não foi apontado como dificuldade pelo brasileiro Giovani dos Santos, 33 anos, quinto colocado na prova. “Eles sempre reclamam do calor. Para mim, não faz tanta diferença. Se estivesse mais quente, pelo ritmo que eu estava vindo, seria até melhor”, explicou. Ele acredita que está cada vez mais perto de se tornar campeão da prova. “Falta pouco para encostar neles. Tentei ficar o mais próximo possível, mas na subida da Brigadeiro [Avenida Brigadeiro Luiz Antônio] forcei muito e depois perdi mais o fôlego”, justificou.
Apesar de ter conseguido uma colocação inferior à do ano passado, quando ficou em quarto, Giovani dos Santos valorizou a posição deste ano, pois conseguiu um lugar na premiação. “Tem vários brasileiros que lutam, terminam carreira e não chegam nem aos dez primeiros da São Silvestre. Já é o quarto ano que subo no pódio, mas quero ficar mais feliz no lugar mais alto”, projetou. Ele conta que no próximo ano irá se preparar com foco no Pan-Americano e nas Olimpíadas. “Tenho foco nos 10 mil [metros]”, apontou. O brasileiro também deve tentar o índice para a maratona, prova com 42 mil metros.
As competições olímpicas também estão nos planos da brasileira mais bem colocada na São Silvestre, Joziane Cardoso, 29 anos. Ela ficou com a oitava posição na corrida. “O objetivo é 5 mil ou 10 mil [metros] no Pan-Americano. E também tentar fazer o índice para as Olimpíadas. A marca é forte, mas vou trabalhar para conquistar esse objetivo”, declarou. Na prova de hoje, ela disse estar satisfeita com o resultado, pois o ritmo foi muito forte. “Elas correm em grupo e se ajudam. Para elas é mais fácil. Mas consegui correr bem e manter o ritmo para o qual estava preparada”, avaliou. Ela fez a prova em 53 minutos e 18 segundos. A campeã concluiu em 50 minutos e 43 segundos.
Agência Brasil