Cidades

Campanha da Fraternidade 2017 em defesa da vida

A Campanha da Fraternidade 2017, que tem seu auge na Páscoa, traz o tema “Fraternidade: Biomas brasileiros e a defesa da vida” e tem como lema “Cultivar e guardar a criação”, que busca alertar sobre a necessidade de cuidar e proteger a natureza.

O vigário da Arquidiocese geral de Cuiabá, Deusdeit Monge, falou ao Circuito Mato Grosso sobre este momento tão importante para a Igreja Católica, que tem como eixos a vida e as suas expressões, viver a Quaresma intensivamente e comprometer autoridades públicas com a responsabilidade sobre o meio ambiente. E sobre a Quaresma, “que é o tempo dos fiéis se converterem, tempo de ficar mais próximos de Deus e das pessoas”.

Deusdeit Monge explica que o tema deste ano é um desdobramento da campanha do ano passado que foi sobre saneamento básico e que são bastante ligados. “Mas a importância é que o meio ambiente vem ganhando discussão cada vez mais no mundo, é uma campanha que foi muito incentivada pela carta do Papa Francisco”.

Na carta, observa Deusdeit Monge, o papa conclama o mundo para um grande mutirão com o propósito de salvar o planeta, a natureza, o meio ambiente que é ‘dom de Deus’. “No Brasil nós temos esses dons maravilhosos. Só em Mato Grosso nós temos três ecossistemas: o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia”.

Segundo o vigário, são dons que vêm de Deus e que as pessoas precisam preservar. “Então a nossa função é sermos cuidadores, zeladores deste santuário formado pelos biomas, verdadeiros espaços que geram vida humana e que está associada à qualidade de vida do meio ambiente. E a destruição dos biomas, da natureza, é a destruição do ser humano”.

A campanha, detalha Deusdeit Monge, é um sistema gritante e urgente nas agendas de toda a sociedade, do poder politico. E a Igreja tem a função de conscientizar, porque ela está presente no Brasil inteiro; pela capilaridade, ela se torna uma conscientizadora.

“Quanto às medidas políticas, a gente tem que provocar o Estado para que cumpra o papel dele de fiscalização, de proibir que haja desmatamento, depredação. Vemos muito esforço por parte do governo aqui de Mato Grosso, mas precisa fazer mais, porque ainda existe muito do agronegócio e em nome dele se faz tudo”.

O líder vai além: “Se desmata, se acaba com rios, então o luto fica muito acima do ser humano. Nós temos que ver que a maior riqueza do planeta não é o dinheiro, é a pessoa humana viva. A glória de Deus é a vida do homem, é o ser humano vivo. Não adianta ter muito dinheiro, ganhar e depois depredar tudo e a vida humana é destruída”.

O ser humano é a maior riqueza

A maior riqueza desses biomas, como explica o vigário, é o ser humano que está lá dentro. “No Pantanal tem o povo pantaneiro, agora se fala apenas de gado, de criação, de saco de soja, mas não se fala como está vivendo o ser humano de Mato Grosso que vive nesses biomas”, ressalta, citando como exemplo o homem do cerrado, o camponês e o caboclo do mato.

Nesse sentido, a Campanha da Fraternidade 2017 promove uma ecologia integral que é aquela que coloca o ser humano no centro não só da luta para defender a vida dos animais. Para o vigário Deusdeit Monge, isso tudo é importante para colocar a pessoa humana no centro dessa criação, conscientização que ele tem quem ser cuidador da criação e não depredador da criação. Esta é a essência da campanha: a gente mobilizar a sociedade em favor do meio ambiente.

Ele cita o os rios da região como exemplos de depredação. “Eu sempre digo: nós precisamos ficar de joelhos, pedir perdão porque nós jogamos muito lixo no rio, ele está agonizando. O rio Coxipó também está agonizando, então todos nós temos responsabilidade. É nossa responsabilidade cuidar do nosso lixo, da nossa calçada, da nossa limpeza”.

Escola realiza atividades

Fundado pela Santa Emilie de Villeneuve, o Colégio Notre Dame de Lourdes, de Cuiabá, realizou uma semana de atividades em torno da Campanha da Fraternidade 2017.

Além de conhecer o tema “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” e aprender o Hino Oficial da campanha, eles também aprenderam a oração que será rezada durante o ano.

O lema deste ano tem como base o versículo “Cultivar e guardar a criação”, de Gênesis 2.15. A campanha começa na quarta-feira de cinzas, após o carnaval, e dura até o final do ano junto com o Ano Litúrgico.

"Foi com esse legado que a Equipe da Pastoral do Colégio Notre Dame de Lourdes encerrou a Semana de Abertura da Campanha da Fraternidade 2017, dando muita vida à criação! É com o coração repleto de gratidão que a Pastoral celebra esse momento de formação. Um agradecimento especial a todos os professores que colaboraram de forma efetiva e criativa", afirma Albilia Almeida, em nome da Equipe Pastoral.

Futuro

A aluna do 2º ano do fundamental B Maria Eduarda dos Santos Torres, de 7 anos, achou muito importante o tema da campanha deste ano. “Foi legal falar sobre isso agora, porque se ninguém falar, quando a gente crescer não vamos ver mais animais, plantas, a água. Tudo estará destruído, então eu acho muito importante o tema”, explicou.

Julia Siquelli, do 5º ano B, contou que o tema está sendo muito especial para ela e os colegas, pois ajuda na conscientização de que é preciso cuidar do planeta. “Faz com que a gente queira conscientizar mais as pessoas de que não pode jogar lixo no chão, fazer o descarte dos resíduos certos e proteger os animais”. 

Para Isabela Figueiredo, aluna do 7º ano B, a conscientização de todos ajudará a diminuir os danos causados no meio ambiente. “Os biomas são importantes para tudo, para respirarmos, para vivermos. Poluir o ar com queimadas é algo muito ruim. Pode ser que no futuro não tenhamos mais água e tudo porque não cuidamos das nossas nascentes”, disse.

Ela contou que depois de conhecer a campanha e da importância de tudo mostrado, quer plantar mais árvores e mostrar às pessoas que é falta de respeito quando elas não cuidam do lugar onde habitam.

“Nós vivemos uma realidade a cada dia de destruição da vida dos biomas e a importância de nós estarmos conscientizando nossos alunos é que eles realmente mudem essa realidade com as próprias atitudes deles”, afirmou o professor de Filosofia Daniel Ferreira da Silva, um dos coordenadores. O tema será trabalhado na Pastoral e nas aulas de Ensino Religioso.

Catia Alves

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