Um ano após o início do surto do vírus zika no Brasil, foi lançada nesta quarta-feira (16) a campanha nacional “Mais Direitos, Menos Zika”, que coloca as pessoas no centro da resposta à contaminação, com enfoque sobre os direitos humanos. A iniciativa promove o acesso a informações, insumos e serviços de qualidade, com o objetivo de diminuir os riscos de infecção e, consequentemente, de microcefalia e outras doenças neurológicas associadas ao vírus.
A campanha é uma iniciativa do Fundo de População da ONU (UNFPA), em parceria com Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), ONU Mulheres, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), além de entidades da sociedade civil. A ação também recebeu apoio do DFID/governo britânico, governo do Japão e da organização Canadem.
O lançamento da campanha acontece no âmbito do 1º Simpósio Internacional de Saúde da População Negra, que ocorre até esta quinta-feira (17), em Porto Alegre, onde são debatidas medidas para fortalecer a implementação da Política Nacional de Saúde da População Negra, com ampliação da discussão para outros países.
A epidemia de zika tem afetado grande número de mulheres afrodescendentes que vivem ou trabalham em municípios e territórios com maior vulnerabilidade socioambiental e infraestrutura precária.
A campanha
A “Mais Direitos, Menos Zika” oferece uma variedade de materiais informativos, incluindo folhetos, cartazes, vídeos, spots de rádio e postagens para mídias sociais, entre outros, com mensagens direcionadas a vários perfis de público — mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) grávidas e não grávidas, adolescentes, homens adultos e jovens — e trata das principais questões relacionadas ao vírus e seus desdobramentos.
O conceito da campanha está baseado na premissa de que o direito das mulheres e famílias em decidir livremente sobre a sua vida reprodutiva é um direito humano fundamental, mesmo no contexto da epidemia de zika. “Isso significa que as mulheres que não estão grávidas e desejam adiar a gravidez neste momento devem ter as informações e os meios para fazê-lo, assim como as mulheres que estão grávidas ou desejam engravidar devem ter as informações e o apoio necessário para prevenir uma possível infecção por zika e suas consequências, inclusive por transmissão sexual”, pontua a organização da campanha.
Os homens, por sua vez, são estimulados à corresponsabilização em evitar a gravidez não planejada e participar ativamente do cuidado dos filhos, sobretudo nos casos em que há diagnóstico de malformações congênitas, como microcefalia.