A paralisação dos caminhoneiros deve continuar nas rodovias de Mato Grosso, pois a proposta anunciada neste domingo (27) pelo presidente Michel Temer não foi aceita pela categoria.
O Circuito Mato Grosso entrevistou um caminhoneiro que está parado com outros motoristas em Rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá.
O motorista Walter Xavier, que atua há 20 anos no ramo de transporte de mercadorias e que está parado com uma carga de óleo de soja com destino a Vilhena (RO), disse que os protestos devem continuar, pois as medidas anunciadas pelo presidente Temer não atendem aos interesses dos trabalhadores.
“Nossa categoria não aceitou as propostas, achamos que 60 dias de redução no valor do combustível não atende o que queremos. Queremos um decreto que suspenda a cobrança do PIS/COFINS”, afirmou Xavier.
Ainda de acordo com o caminhoneiro, não houve apresentação de proposta para redução dos valores cobrados pela gasolina e como a população está apoiando o protesto da categoria, seria este mais um motivo observado pelos protestantes para decidir não suspender o movimento.
“A população está a favor dos caminhoneiros, nos ajudando, participando e contribuindo com nosso movimento. O presidente não falou em redução do álcool, gasolina e do gás de cozinha”, afirmou.
Apenas cargas de mercadorias perecíveis e medicamento hospitalar estão sendo autorizadas a passar pelos bloqueios.
“Não estamos barrando a passagem dessas cargas, medicamento e oxigênio para hospital, ninguém para, ninguém faz nada, deixamos passar”, afirmou.
Ainda segundo informações dos caminhoneiros, domingo (27) foi liberada a passagem de 20 caminhões de combustíveis que estavam sendo escoltados pela polícia.
“Se não tiver escolta policial, não estamos permitindo que esses caminhões sigam viagem”, concluiu.
Entre as medidas anunciadas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias, a partir daí, os reajustes no valor do combustível serão feitos a cada 30 dias. Além disso, foi decidido que também haverá isenção de pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios.
A redução de R$ 0,46 no preço do diesel custará R$ 10 bilhões ao governo. Esses recursos serão cobertos pelo Tesouro via crédito extraordinário.