Desde a última segunda-feira (6), os caminhões que descem a rodovia Anchieta, em direção à Baixada Santista, estão proibidos de acessar a margem direita do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, por conta de um incêndio na região da Alemoa. A liberação para seguir viagem só é permitida para veículos carregados com medicamentos ou alimentos, além dos caminhões que seguem em direção à margem esquerda do Porto, que fica no município de Guarujá. A triagem feita ainda na região de planalto tem gerado lentidão do km 36 ao km 39. Segundo o sindicato das transportadoras, a medida tem causado prejuízos.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que gerencia as atividades no maior Porto da América Latina, afirma que cerca de 9 mil caminhões costumam seguir para os terminais da região nessa época do ano por dia. De acordo com a Codesp, 5 mil deles tem como destino justamente a margem direita do Porto, que está bloqueada.
A Companhia informa que não pode apontar prejuízos neste momento porque os terminais estão trabalhando com estoques. Já os sindicatos que atuam com transporte de cargas no Porto de Santos relatam problemas por conta do bloqueio.
“Calculando que são no mínimo 5 mil caminhões por dia, e uma base de R$ 500 por dia do caminhoneiro, vemos que o prejuízo não é pequeno. O prejuízo inicial é de R$ 2,5 milhões diários”, aponta o presidente do Sindicato das empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha. Ele sugere que os veículos trafeguem pelas avenidas Martins Fontes e João Pessoa, por exemplo, no horário entre 22h e 5h.
Já o presidente do sindicato dos caminhoneiros autônomos, Rodrigo Aparecido Félix, que representa cerca de 800 motoristas, acredita que a decisão precisa ser revista antes do trabalho dos bombeiros terminar. “É triste ver essa imagem de tarde e nenhum caminhão podendo passar. Acho que poderiam abrir uma exceção da linha do trem até a Ponta da Praia para os terminais marítimos operarem", sugere.
Segundo a prefeitura de Santos, o bloqueio dos caminhões é feito para evitar transtornos no trânsito na entrada da cidade e garantir o direito de mobilidade da população, além da segurança dos caminhoneiros. A decisão foi acertada em conjunto entre a Polícia Militar Rodoviária, Artesp, Ecovias e Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos. Ainda não há prazo para o fim do bloqueio.