Dener Laurito dos Santos, caminhoneiro que esteve no centro das atenções ao bloquear o Rodoanel com seu caminhão recentemente, falou sobre o caso em entrevista ao Domingo Espetacular, a Record TV, exibida neste domingo, 23.
O caso teve uma reviravolta. Inicialmente tratado como vítima, ele responderá por falsa comunicação de crime, após ter mudado sua versão dos acontecimentos e reconhecido que não sofreu agressões ou ameaças para fazer o que fez. “O que podemos afirmar com toda a certeza é que ele tinha a total consciência dos atos que praticou”, disse Marcio Fruet, delegado responsável pelo caso, à atração.
Agora, Dener alega uma questão de saúde mental para suas atitudes: “Surto psicótico. Eu já não estava mais em mim, não sei o que aconteceu ali, se estavam amarrando, desamarrando… Só fui ver na televisão”. Em outro momento, reafirmou que estava “num surto, não sei por que veio essa ideia louca. Não sei por quê, não sei como explicar.”
“Eu parei o caminhão. Tinha o galão dentro do caminhão e achei que ali chamaria a atenção. Decidi, nesse momento, fazer essa parada [o simulacro da bomba]”, prosseguiu, destacando que não se lembra de inúmeros momentos do ocorrido, incluindo se teria conseguido se amarrar sozinho.
Dener ainda alega que percebeu que a situação poderia causar problemas: “Em algum momento eu falei: ‘Vai dar confusão’. Mas não pensava no montante”.
“Estou arrependido, muito envergonhado. Mexeu com todo mundo. Família, todos que acreditavam em mim. Prejudiquei muita gente. Não pensei só em mim, pensei na classe. Eu perdi o controle”, destacou.
“Só tenho que pedir perdão para os colegas. Por mais que estejam no ódio, eu não trouxe isso para difamar a classe, jamais. Amo o que faço. Quero pedir perdão à população de São Paulo que teve seu transtorno por causa disso”, conclui Dener Laurito dos Santos.
Quem é Dener Laurito dos Santos
Nascido em Ribeirão Pires, no interior de São Paulo, Dener Laurito dos Santos trabalhava para a transportadora Sitrex quando chamou atenção ao travar o trânsito do Rodoanel com seu caminhão, na região de Itapecerica da Serra, em 12 de novembro de 2025.
Dener foi policial militar no Estado de São Paulo entre 1994 e 2005, até ser expulso da corporação por “atos desonrosos” resultando em uma “transgressão disciplinar de natureza grave”. Sua expulsão foi publicada no Diário Oficial do Estado em 2 de março de 2006.



