Com o trânsito cada vez mais caótico em Cuiabá, é comum avistar carretas de grande porte circulando nas principais vias da Capital. Mesmo após a aprovação da lei municipal que proíbe o tráfego desses veículos, motoristas e transportadoras desafiam a fiscalização e trazem mais transtornos aos demais condutores.
Ainda que boa parte das obras de mobilidade urbana da Copa esteja entregue, o grande fluxo de carros continua registrando fortes congestionamentos na cidade. E com a circulação de carretas, o problema se intensifica para além do suportável.
Conforme a legislação que regulamenta a circulação de veículos pesados, não há restrições para aqueles com até 10 toneladas de peso bruto total. Porém, entre 10 e 24 toneladas, só é permitido passar pela zona urbana durante a madrugada. E veículos acima de 24 toneladas são proibidos de trafegar pela cidade.
O engenheiro civil Rogério Barbosa explica que a cidade não comporta este tipo de veículo, devido à falta de espaçamento de boa parte das vias, além de o asfalto não ser preparado para suportar o peso das carretas.
“É importante que essas carretas não circulem pela cidade, para que não se deteriore o asfalto. Em Cuiabá, o asfalto foi feito especialmente para carros de passeio e veículos coletivos. Veículos acima do eixo resultam em um efeito negativo para o asfalto. E também que não interfira no fluxo de carros, pois a Capital já sofre bastante com o trânsito”, disse.
Barbosa ressaltou também que pelo fato de as vias serem estreitas, juntamente com as curvas, a presença desses veículos pode resultar em danos ainda maiores.
“Além de trazer prejuízos ao patrimônio público, como calçadas quebradas, postes danificados, entre outras coisas, algum pedestre pode se machucar também. Se o caminhão é grande e a curva pequena, é lógico que ele pode invadir calçadas para tentar passar. E isso é bastante arriscado para quem trafega no local”.
Ele avalia positivamente a lei que coloca restrições ao tráfego de caminhões em Cuiabá, mas também adverte que a cidade precisa de mais fiscalização, uma vez que ainda há veículos pesados que circulam na Capital.
“A lei é válida em Cuiabá, mas precisa de fiscalização para garantir a segurança dos pedestres e evitar incidências devido a este problema”, sintetizou.