Política

Calheiros desconsidera ofício de Maranhão e segue com processo

Foto Ed Ferreira

Com informações do Jornal do Brasil

Nesta tarde, durante sessão no Plenário, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu a palavra para falar sobre a decisão do Senado a respeito do ofício do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Renan decidiu rejeitar o ofício de Waldir Maranhão e dar prosseguimento ao processo de impeachment no Senado. A votação do relatório que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff está prevista para quarta-feira (11).

"O Senado já está com esse assunto há várias semanas, sendo discutido diariamente na imprensa nacional. Já houve leitura, indicação de líderes, eleição dos membros, instalação da comissão especial que fez nove reuniões presididas pelo senador Raimundo Lira, totalizando quase 70 horas de trabalho. Defesa, acusação e votação. Essa decisão [de Waldir Maranhão] é portanto absolutamente intempestiva", afirmou Calheiros durante a sessão.

O presidente do Senado não reconhece a decisão de Maranhão argumentando que uma decisão monocromática tomada por apenas um deputado, mesmo sendo o presidente da Casa, não pode se sobrepor a decisão do colegiado da Câmara, que aprovou o impeachment. Ele definiu o ofício de Maranhão de uma "brincadeira" perigosa para a democracia.

"Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo. Ao fim não cabe ao presidente do Senado dizer se é justo ou injusto, mas ao Plenário do Senado. Foi essa a decisão do Supremo", disse.

Na manhã desta segunda, Waldir Maranhão decidiu tornar nulo as sessões dos dias da votação do impeachment na Câmara. Em sua decisão, o presidente interino da Câmara determinou que as sessões da votação ocorressem novamente, num prazo de cinco sessões. O ofício gerou incertezas na continuidade do processo.

Redação

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