Fotos Ahmad Jarrah
Incluir os cadeirantes na prática esportiva e melhorar a qualidade de vida, esse é o objetivo do Projeto Sugoi Team, que nasceu dentro de uma sala de aula, entre acadêmicos de educação física e nutrição. O grupo fará uma apresentação de como é o treino funcional, além de competições de levantamento de peso e de Muay Thai, neste sábado e domingo (5 e 6) na Feira Pantanal de Esportes e Lazer, que ocorre no Centro de Eventos do Pantanal, a partir das 14 horas.
Cadeirante desde os cinco anos de idade, após sofrer uma lesão medular em um acidente de carro, Thaissa Batistello Freitas, de 21 anos, conta que conheceu o projeto através de uma amiga, que a convidou para participar de uma corrida na Arena Pantanal. Ela explica que além dos benefícios físicos ainda melhorou a vida social.
“Eu fiz novas amizades, minha vida melhorou quase 100%, e também me apaixonei pela corrida. A gente faz levantamento de peso e treino funcional três vezes por semana. Nós trabalhamos basicamente força e resistência, por que a gente precisa disso para fazer coisas no nosso dia a dia”, disse Thaissa, que trabalha como recepcionista no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e é estudante de enfermagem.
Thaissa explica que muitas pessoas não sabem lidar com um deficiente físico, pois tem medo de machucar. “No sábado eu vou estar apenas explicando as pessoas que vão nos ajudar que não precisa ter medo”, disse ela. Ela espera também, que com a ação, mais cadeirantes possam ver a atividade física como uma opção de inclusão. “Eu chamaria todo mundo para experimentar e fazer alguma atividade física por que é muito bom”, falou.
Segundo o idealizador do projeto, Junior Sakuma, a ideia nasceu com a intenção de incluir amigos cadeirantes em algumas brincadeiras, mas tomou proporções maiores. “Até então era um projeto para a gente brincar, só que ficou uma coisa muito maior. Isso deu para a gente uma grande satisfação e hoje tem um valor muito pesado para o grupo”, explicou.
O projeto tem apenas sete meses e os acadêmicos acompanham os treinos de três cadeirantes mulheres. Ele explica que o projeto começou com apenas uma colega, que foi convidando outras pessoas a se juntarem ao projeto, mas por falta de estrutura, Junior explica que o grupo não conseguia acompanhar a todos.
“Tem mais cadeirantes, porém a gente não estava conseguindo acompanhar de forma correta o treino deles, por que nós somos acadêmicos. Não temos uma estrutura adequada e alguns dos rapazes queriam participar de competições profissionais, a gente precisa de uma estrutura maior”, disse Junior.
Sakuma, que é estudante do terceiro semestre de educação física, explica ainda que os exercícios ajudam a melhorar a qualidade de vida. “Nós notamos nelas um avanço muito grande, até as que começaram por ultimo, a gente vê que melhoraram muito, principalmente na questão de postura e resistência”, explicou.