O vereador Marcelo Bussiki (PSB) negou que Noíze Pereira da Silva, 69 anos, lotada em seu gabinete para cuidar de requerimentos e processos internos, seja “funcionária fantasma”, nos termos usados por parte da mídia local para se referir ao caso apresentado no início da tarde desta segunda-feira (19). Disse também que é alvo de inúmeras ameaças e denúncias infundadas porque quis implantar e preside a CPI do Paletó, sobre suposto recebimento de propina por parte do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
A servidora é contratada com um salário de R$ 4 mil e é, admite o próprio, mãe de um amigo do vereador. A maneira como a idosa reagiu à presença de uma equipe de reportagem de televisão de câmera e luz ligada na porta de sua casa foi classificada ao jeito “atabalhoado” e “extremamente preconceituoso” utilizado pelo repórter. Sobre o horário de trabalho, o vereador fala em instalar ponto eletrônico biométrico.
Marcelo Bussiki disse também que a idosa trabalha em seu gabinete no período da tarde, possui “notório saber na área de fiscalização e gestão pública, com pós-graduação na área e em projetos estratégicos, de auditoria e controladoria no setor público”, além de possuir experiência de 32 anos na Secretaria de Infraestrutura do Estado.
Noíze Pereira é mãe de Jairo Rocha, ouvidor da prefeitura de Cuiabá. É desse período o conhecimento e a amizade com o vereador. Leia abaixo a íntegra da nota enviada à redação.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em relação à reportagem veiculada no Programa Pop Show desta segunda-feira (19), tenho a esclarecer o que segue:
1. É inverídica a informação de que a servidora Noize Pereira da Silva não comparece ou não presta serviço em meu gabinete. Noize foi nomeada em janeiro de 2018 e há três meses presta serviço de assessoria parlamentar, executando, entre outros, o trabalho de formulação de requerimentos e indicações voltados para a área de obras públicas;
2. Trata-se de uma servidora aposentada recentemente pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, onde trabalhou por 32 anos, com notório saber na área de fiscalização e gestão pública – tendo inclusive pós-graduação em gestão pública com ênfase em projetos estratégicos e auditoria e controladoria no setor público;
3. Com exceção do modo atabalhoado como foi produzida e o teor extremamente preconceituoso de seu repórter, ao concluir que uma pessoa idosa não é capaz de continuar no mercado de trabalho, a reportagem pode servir de alerta para que nós, vereadores da Câmara de Cuiabá, implementemos medidas para controlar mais de perto o rigoroso cumprimento do horário de trabalho de todos os servidores. Em virtude disso, anuncio desde já que vou implementar em meu gabinete o ponto eletrônico biométrico – e vou propor também que os demais vereadores façam o mesmo;
4. Todos os que acompanham meu mandato sabem que os valores da ética, da legalidade e da moralidade norteiam todas as minhas ações, mesmo antes de me tornar vereador de Cuiabá. Como controlador-geral do município, na gestão do prefeito Mauro Mendes, eu implantei a Lei da Ficha Limpa e o Portal da Transparência. Já como vereador propus a Emenda da Moralidade na Câmara de Cuiabá, no ano passado.
5. Tenho a consciência de que essa minha postura fere inúmeros interesses outros, inconfessáveis, sobretudo desde que passei a liderar a tão necessária CPI do Paletó. Ao questionar, fiscalizar e exigir dos agentes públicos que atuem dentro da legalidade e da ética, sou e continuarei a ser alvo de inúmeras ameaças e denúncias infundadas. Mas continuarei a respeitar com dignidade a missão que me foi dada por 3.583 eleitores de Cuiabá.
Marcelo Bussiki, vereador.