A polêmica sobre as obras do corredor de ônibus na Avenida Couto Magalhães chegou ao fim. Após uma reunião com o governador Mauro Mendes (União) e políticos ligados à cidade, dentre eles, o prefeito Kalil Baracat (MDB), decidiu-se que o BRT seguirá apenas o traçado do antigo VLT, terminando o trajeto no aeroporto Marechal Rondon. Por outro lado, ficará a cargo do governo construir um novo terminal de ônibus, mais moderno, maior e com mais acessibilidade, onde hoje estão alojados os vagões do VLT.
O assunto ganhou notoriedade após os empresários da Avenida Couto Magalhães pressionarem a classe política contrários às obras na região, ainda mais nesta época do ano em que há um aumento de vendas em decorrência de datas comemorativas. Após uma tensa audiência realizada na Câmara de Várzea Grande marcada por xingamentos e insultos, o governo suspendeu as obras então resolveu elaborar três propostas alternativas para atender as reivindicações.
Vale destacar que a proposta para que o BRT passasse não apenas na Couto Magalhães, como na Avenida Filinto Muller, partiu da própria prefeitura de Várzea Grande. Uma das justificativas apresentadas por Kalil era justamente o grande fluxo de trabalhadores na região. Atualmente, os ônibus de transporte intermunicipal seguem pelo Centro da cidade e vão até o terminal, localizado ao lado do Ginásio Fiotão.
Porém, ao deixar a reunião com o governador, Kalil se deu por vencido, agradeceu a sensibilidade do governador para ouvir as demandas e trazer alternativas. Defendendo por fim, a proposta de seguir o traçado do antigo VLT e construir o terminal próximo do aeroporto, por entender que vai gerar menos transtorno no centro da cidade.
“A prefeitura pode ter um prejuízo? É bem capaz, mas de primeira mão eu acredito que é a melhor proposta para a cidade de Várzea Grande. Vamos estruturar um terminal novo, com mais acessibilidade, mais conforto e o modal que vai atender a região, gerando menos transtornos e assim conclui-se a obra na cidade com maior rapidez e elimina uma cicatriz horrível na cidade”, afirmou.
Agora, o governo irá notificar formalmente a prefeitura, que terá 72 horas para responder de ofício sobre a proposta escolhida. Porém, Kalil garante que neste meio tempo irá se reunir com a sociedade civil organizada e o comércio para falar da escolha. “E só lembrando do usuário do transporte público, que vai ter um transporte confortável para utilizar na região metropolitana. Na Couto, a obra não entrou e nem vai entrar. O terminal será onde ficam os vagões do VLT e a cidade vai fazer uma engenharia de trânsito para acomodar essas mudanças e permitir que de lá o trabalhador pegue o BRT para trabalhar”, finalizou, ao destacar que esta foi uma decisão apoiada pela maioria dos que estavam presentes na reunião.
O presidente da Câmara, Pedrinho Tolares (União), destacou a proposta inicial, que previa apenas a reforma do atual terminal André Maggi, não atenderia a população a longo prazo. “Decidimos pela terceira opção, fazer um novo terminal mais moderno, com mais espaço para atender a população várzea-grandense. O Padeiro defendeu abrir a Couto e a reforma do terminal, mas este terminal não vai suportar, não atende a demanda nem hoje, imagina daqui 10 anos. A melhor opção é fazer um espaço novo.”, comentou
O deputado estadual Fabio Tardim (PSB), que era vereador por Várzea Grande, destacou que as obras de pavimentação do BRT devem ser concluídas até o final do ano, mas o terminal ainda terá tempo para ser concluído, uma vez que o modal só deve entrar em pleno funcionamento no final de 2024. O parlamentar não entrou muito no mérito da decisão, mas destacou que se trata de uma vitória dos empresários e que é também uma faca de dois gumes para a cidade.
“Afinal, quando será que teria outra oportunidade de mexer na Couto ainda mais a custo zero da prefeitura?”, questionou.
Também estiveram presentes na reunião o senador Jayme Campos, os deputados federais Coronel Assis (União) e Abílio Brunini (PL), além do deputado estadual Júlio Campos.