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Brigadas contra incêndios de MT se concentram no Cerrado e Amazônia precisa de atenção

Mapeamento do Instituto Centro de Vida (ICV) está em sua 4ª edição e apontou que estado tem 135 brigadas contra incêndios florestais

Por Rodrigo Vargas

Cuiabá, MT – As brigadas contra incêndios florestais de Mato Grosso se concentram no Cerrado. Cerca de 50% delas estão distribuídas entre os municípios do bioma. É o que diz a 4ª edição do Mapeamento das Brigadas de Incêndios Florestais elaborado pelo Instituto Centro de Vida (ICV).

Embora o Pantanal tenha o menor número de brigadas, municípios como Barão de Melgaço e Poconé têm números acima do padrão visto para a maioria, com 7 e 5 brigadas, respectivamente. De acordo com o analista socioambiental do ICV Marcondes Coelho, o investimento em brigadas na Amazônia deve ser prioridade.

“É impactante ver cidades amazônicas, em meio a maior floresta tropical do mundo, atingirem os piores índices de qualidade do ar devido às fumaças dos incêndios. Mais do que impactante, é inaceitável. O poder público tem que garantir a proteção da floresta, o combate aos incêndios e a saúde da população”, disse.

Conforme dados do Portal de Inteligência territorial do ICV, o estado fechou julho com recordes de focos de calor desde 2018. Foram registrados 2.471 alertas, um aumento de 70,13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação com 2020, ano histórico de queimadas, o aumento registrado foi de 2%.

Dessa vez, a maior incidência de focos foi na Amazônia. Foram registrados 1.474 focos de calor no bioma, o que corresponde a 60%. Colniza (a 1.039 km de Cuiabá) foi o município que apresentou mais focos, com 537 pontos.

Dados

Em 2024, 135 brigadas foram identificadas. Em comparação com o ano anterior, houve um aumento de 14 unidades.

As brigadas de incêndio são instrumentos de resposta ao fogo. O mapeamento contribui para uma melhor resposta aos incêndios florestais e, por isso, ajuda a evitar a distribuição da floresta e da vegetação nativa no estado.
O mapeamento é muito importante para a gente conhecer a distribuição dessas brigadas pelo estado, saber qual região está mais assistida por essas equipes e quais carecem de mais atenção do poder público e até mesmo da sociedade, que pode unir esforços nessa causa”, explicou.

As brigadas de incêndio podem ser públicas, privadas ou comunitárias. O Corpo de Bombeiros também possui unidades permanentes próprias e instrumentos de resposta ao fogo temporários. O estudo identificou que neste ano 64 municípios contam com algum tipo de brigada. 

Uso do fogo

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a maior parte dos incêndios florestais acontecem em áreas de desmatamento recente. Isso indica que as queimadas estão cada vez mais ligadas às atividades humanas.

A região de transição entre Cerrado e Amazônia é considerada uma das maiores fronteiras agropecuárias do mundo. Por isso, a região se tornou suscetível à degradação. Para Marcondes, as queimadas e a derrubada da vegetação para outro uso da terra trazem muitos riscos.

“Se a expansão agropecuária não for cuidadosamente gerida, ela pode comprometer a integridade dos nossos biomas, ameaçando não apenas a biodiversidade, mas também os recursos naturais essenciais para a produção das commodities que se destacam na economia do estado”, pontuou.

Foto: Reprodução

Redação

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