O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enfatizou nesta quarta-feira, 21, a aprovação consensual pelos representantes da indústria e comércio do Brics de um documento do bloco, que dá importância ao multilateralismo, livre comércio e Organização Mundial do Comércio (OMC), mas não respondeu a pergunta feita por jornalistas sobre se houve um debate sobre as sobretaxas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Alckmin concedeu uma rápida entrevista coletiva à imprensa de cerca de sete minutos após a nona reunião de comércio e indústria do Brics, que ocorreu nesta quarta em Brasília.
“Houve um documento aprovado por todos os países que compõem os 11 países que compõem o Brics, estabelecendo nesse consenso a defesa do multilateralismo e o livre comércio. Então, todo o Brics defende o multilateralismo, defende o livre comércio, o respeito às regras e o fortalecimento da OMC, o desenvolvimento do comércio”, enfatizou o vice-presidente.
Apesar de não ter respondido sobre o tarifaço, Alckmin comentou sobre uma “crise do multilateralismo”, que, segundo ele, tem um papel importante no desenvolvimento, na geração de emprego e renda e no desenvolvimento dos países. “Para as crises do multilateralismo do comércio, o caminho é mais multilateralismo e mais comércio, e o caminho é um diálogo. Isso é o que se exercitou hoje em dia todo, com países que são diferentes, não só como um misto econômico, geográfico, cultural, mas que têm uma identidade e um compromisso com o desenvolvimento.”
Usando uma das expressões mais habituais, o ministro defendeu que o comércio exterior tem de ser um “ganha-ganha”, um “win-win”, como fez questão de reforçar após o encontro internacional. “Eu sou mais eficiente num setor, eu vendo. O outro é mais eficiente no outro setor, ele vende pra mim. Quem ganha é o conjunto da sociedade, pois tem muito de complementariedade econômica. Ninguém faz tudo sozinho, você tem cadeias produtivas com complementariedade econômica”, disse.
O vice-presidente disse ainda que o bloco não discutiu sobre a gripe aviária no Brasil, mas aproveitou para elogiar o trabalho do Ministério da Agricultura. “Não foi falado, não foi nem mencionado. A gripe aviária existe em vários lugares no mundo, é um vírus. Então, eu sei que tem um episódio aqui, tem um episódio lá. O importante é que a ação brasileira do Mapa foi muito rápida. Ela foi imediata, no sentido de isolar a área”, congratulou.