Opinião

BRESHIT

Não há como negar: estamos passando por uma crise existencial muito forte. E é estamos no plural mesmo. Todos os seres humanos. No mundo inteiro. Ingleses fizeram um adesivo dizendo “ Vai embora imigrante de merda” em polonês. O Brasil dividido, raivoso, bipolar onde a pessoa é atacada por estar vestindo vermelho, e parlamentar faz ode à ditadura. Mato Grosso onde não se cumpre lei, não se trabalha, tocando o foda-se da população. Em Cuiabá, só agora estão cuidando do mínimo, afinal é hora da eleição. E a culpa, a mola propulsora, a motivação de tudo isso é o dinheiro. O dinheiro tornou-se uma religião, fé cega, faca amolada.

– Dico pode ter certeza, agora quem morou em Londres, morou. To sentindo cheiro de guerra. Nem quero mais me mudar pra Nova Zelândia. Tá tudo muito esquisito.  O inglês é muito briguento. Vive em guerra há 3 mil anos. Eles vão expulsar a galera de lá. – falo pra Pilly enquanto coloco mais uma leva de carne pra grelha.

– Verdade. Ainda bem que fomos, estudamos, voltamos com diploma. O que mais me dá raiva é que a gente sabe que esse povo que fica postando de bonzinho no face é tudo falcatrua. Tem gente que dá vontade de comentar  “o…. lembra que você rasgava lista telefônica em Londres, e só entregava correspondência que era urgente”? – dispara Pilly enquanto come um pedaço de picanha.

Picanha. Agora o brasileiro come picanha. Mas brasileiro, assim como os demagogos, tem memória curta. Na década de 90 o brasileiro não comia nem colchão mole. Hoje você vai ao Supermercado no Jardim Florianópolis está lotado. Vai no Big Lar está lotado. Pilly interrompe meus pensamentos.

– João, sinal que o brasileiro investiu em consumo e não em estudo. Temos umas das populações mais obesas do mundo. E proporcionalmente burra. E por falar em obeso mórbido… nem falo nada. Você está ridículo. Com a Unimed que você tem, já tinha rancado essa pança faz horas.

– Dico. Tem gente que apoia Bolsonaro e Trump, e se diz contra a violência.

– Você que sabe. Corta mais um pedaço aí pra mim. Mas quero com bastante gordura.

João Manteufel Jr.

About Author

Mais conhecido como João Gordo, ele é um dos publicitários mais premiados de Cuiabá e escreve semanalmente a coluna Caldo Cultural no Circuito Mato Grosso.

Você também pode se interessar

Opinião

Dos Pampas ao Chaco

E, assim, retorno  à querência, campeando recuerdos como diz amúsica da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul.
Opinião

Um caminho para o sucesso

Os ambientes de trabalho estão cheios de “puxa-sacos”, que acreditam que quem nos promove na carreira é o dono do