O empresário brasileiro reivindica o pagamento de US$ 100 mil referentes a serviços de transporte realizados à comitiva da presidente Dilma Rousseff durante viagem a San Francisco, nos Estados Unidos, no início de julho. Teriam sido 25 carros, entre eles um caminhão, vans e diversas limousines.
"É um absurdo essa história. É uma situação humilhante ter que falar para todo mundo para poder receber", disse ele por telefone à BBC Brasil.
Marciano, que é proprietário de uma empresa de transportes sediada nos EUA, tornou a queixa pública em uma mensagem no Facebook publicada na quinta-feira. Até a tarde desta segunda, o post havia sido compartilhado cerca de 14 mil vezes. "Publiquei porque não sei mais o que fazer. Jamais imaginei a repercussão."
A assessoria de imprensa do Itamaraty confirmou nesta segunda-feira que este pagamento não havia sido realizado até a última sexta-feira, mas afirmou que estão sendo tomadas "todas as providências para que ele seja feito o mais rápido possível."
O Itamaraty não soube informar os motivos da demora no pagamento e nem se outras contas relativas à viagem ainda precisam ser pagas. A assessoria também não confirmou se o valor informado por Marciano está correto.
Mensagem no Facebook já havia sido compartilhada cerca de 14 mil vezes
Marciano diz que tentou obter o pagamento do consulado brasileiro em San Francisco por diversas vezes. "Eles alegaram que o governo fez mais viagens do que tinha sido planejado e que o Itamaraty está esperando mais verbas para conseguir o pagamento".
Diz que entrou em contato com o Itamaraty por diversas vezes, mas que "um passa para outro, que passa para outro, a ligação fica em espera e aí já não tem mais como falar."
"Estamos de mãos atadas", disse.
Segundo ele, cerca de 30 pessoas participaram do serviço, feito entre 16 de junho e 2 de julho, e que ele deveria ter sido pago logo após ter sido realizado. Agora, diz enfrentar "muitas dificuldades" para pagar seus funcionários.
Este é mais um caso de compromissos do Brasil que têm sofrido atrasos em pagamentos decorrentes da diminuição do orçamento do Itamaraty e dos cortes do ajuste fiscal do governo federal.
Nos últimos meses, a imprensa brasileira informou que o país deixou de pagar suas contribuições à Organização dos Estados Americanos (OEA), à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e ao Tribunal Penal Internacional, além de outras dívidas com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte: BBC BRASIL