“Eu fiz um infeliz comentário, uma brincadeira de mau gosto, e falei que ainda bem que não tinham descoberto que ela era uma terrorista”, relata o economista Renato Camargo da Silva, de 55 anos.
A companhia Qatar Airways disse que os funcionários seguiram a recomendação da empresa. "A segurança de nossos passageiros e tripulação é prioridade número um na Qatar Airways. Ontem, por razões de segurança uma passageira teve embarque não autorizado. Nossos funcionários seguiram nossa política de segurança na qual a tolerância é zero”, disse a companhia aérea, em nota.
O comentário do pai de Thaís ocorreu logo após a jovem responder a um formulário negando que estava transportando algum objeto cortante ou perigoso em sua mala. O economista conta que ele e sua filha foram tirados da fila, o passaporte dela foi retido por cerca de dez minutos e fotografado. “Uma supervisora disse que ela não iria embarcar nunca mais pela empresa, pois um de nós dois havia dito a palavra bomba”, conta.
Thaís afirma que diante da resistência dos funcionários da Qatar Airways propôs que sua bagagem fosse revistada na presença da Polícia Federal, mas seu pedido foi negado. “Eles foram muito intransigentes, me afastaram dela e não deixaram eu me aproximar da minha filha”, disse o pai.
As passagens aéreas, que custaram R$ 6.030, foram pagas pela USP. A jovem pagou US$ 250 para participar do Congresso. Ela irá acionar a Justiça para pedir indenização à companhia aérea por danos morais. “Eu me senti prejudicada. Acho que eles têm o direito de duvidar de quem quiser, mas me impediram de embarcar sem nenhuma prova”, lamenta.
Thaís, que se sentiu frustrada com o ocorrido, nega ter ficado chateada com o comentário do pai, que impossibilitou sua viagem. “Meu pai é super brincalhão, é normal ele fazer essas coisas”, afirmou.
Thaís iria participar de um congresso no Qatar, onde iria apresentar seu trabalho de conclusão de curso com um dos professores que participou do projeto sobre o custo-benefício da implementação de novas hidrelétricas no Rio Tapajós, que nasce no Mato Grosso e deságua no Rio Amazonas, no Pará.
G1